Estratégias para prevenção do câncer em mulheres (parte 2: prevenção secundária)

O rastreio de neoplasias permite o diagnóstico precoce. Confira as principais estratégias para prevenção secundária de câncer em mulheres.

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No último texto, discutimos as principais estratégias para a prevenção primária do câncer em mulheres, segundo artigo publicado no AJOG. O rastreio de neoplasias permite o diagnóstico precoce e, consequentemente, tratamento precoce, reduzindo assim a mortalidade. Confira agora as principais estratégias para prevenção secundária:

Rastreio para câncer de mama

O rastreio mamográfico para câncer de mama está associado a uma redução de 20 a 25% no risco de morte pela doença. Segundo uma revisão sistemática do US Preventive Services Task Force, a redução da mortalidade varia com a idade – não foi observada redução significativa em mulheres entre 39-49 anos ou entre 70-74 anos. 

Outras modalidades como autoexame das mamas, exame clínico das mamas, ultrassonografia e ressonância das mamas são comumente usadas em conjunto com a mamografia. Seu uso deve ser racionalizado, considerando as taxas de exames falso-positivos, sobrediagnóstico, sobretratamento, que podem trazer grande ansiedade às pacientes além de gastos desnecessários. 

Rastreio para câncer de colo de útero

A incidência de câncer de colo e as taxas de mortalidade pela doença diminuíram em mais de 70% nas últimas décadas, em função do rastreio. Embora o objetivo seja a prevenção primária (rastreio de lesões precursoras), infelizmente, a maioria das neoplasias de colo é diagnosticada já em fase avançada, em mulheres que não possuem citologia recente. As diretrizes dos Estados Unidos preconizam rastreio com citologia trienal para mulheres entre 30-65 anos, pesquisa do DNA-HPV isolada ou coteste a cada 5 anos. 

Rastreio para câncer colorretal

O rastreio para câncer colorretal pode reduzir a mortalidade por detectar lesões precursoras e/ou lesões invasivas precocemente, que são potencialmente tratáveis e curáveis. A recomendação para pacientes de risco habitual é que o rastreio se inicie aos 50 anos de idade. A avaliação do risco deve ser iniciada aos 40 anos ou antes, se o paciente possuir história familiar positiva para a doença.

Saiba mais: Prevenção do câncer de colo de útero: keypoints da nova diretriz

As pacientes consideradas de alto risco, que tem história pessoal ou familiar de câncer colorretal ou pólipos ou doença inflamatória intestinal, podem se beneficiar do rastreio mais precoce e mais frequente. As possibilidades de exames complementares para rastreio são colonoscopia a cada 10 anos, sigmoidoscopia flexível a cada 5-10 anos ou colonografia por tomografia a cada 5 anos. O rastreio é contraindicado para pacientes com mais de 85 anos. 

Rastreio para câncer de pulmão 

A American Cancer Society recomenda o rastreio tomográfico anual para pacientes entre 55-74 anos, tabagistas ou ex-tabagistas que pararam de fumar nos últimos 15 anos, com carga tabágica de 30 maços-ano. 

Rastreio de câncer de ovário e endométrio

Não há evidências suficientes para recomendar o rastreio para câncer de ovário ou endométrio em pacientes assintomáticas. 

 

Referência: 

  • Tergas AI 1 , Wright JD. Cancer Prevention Strategies for Women. Obstet Gynecol. 2019 Jul;134(1):30-43. doi: 10.1097/AOG.0000000000003304.

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