Estudo associa benzodiazepínicos a risco de aborto espontâneo

Um estudo canadense associou o uso de benzodiazepínicos no início da gravidez ao risco de aborto espontâneo entre gestantes de Quebec. Confira os resultados:

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Um recente estudo publicado no The Journal of the American Medical Association associou o uso de benzodiazepínicos no início da gravidez ao risco de aborto espontâneo entre gestantes de Quebec, no Canadá.
No estudo foram incluídas 442.066 mulheres grávidas, que foram observadas entre o período de 1º de janeiro de 1998 a 31 de dezembro de 2015. Cada caso foi aleatoriamente combinado com até cinco controles.

Foi observada uma associação entre a exposição benzodiazepina durante a gravidez precoce e o risco de aborto espontâneo em três modelos independentes, que foram quantificados pelo uso de benzodiazepina por classe de drogas, a duração de ação e agentes benzodiazepínicos específicos.

síndrome miastênica de Lambert-Eaton

benzodiazepínicos x aborto espontâneo

Os pesquisadores sugerem que qualquer uso de benzodiazepínicos durante o início da gravidez está associado ao aborto espontâneo e que os médicos devem avaliar cuidadosamente a relação risco-benefício do seu uso no tratamento de transtornos de humor e ansiedade, ou insônia durante a gravidez precoce.

A exposição ao benzodiazepínico foi definida como uma ou mais prescrições preenchidas entre o primeiro dia do último período menstrual e a data do índice (a data do calendário do diagnóstico de aborto espontâneo). A exposição à benzodiazepina foi categorizada por uso geral, benzodiazepínicos de ação curta duração e agentes benzodiazepínicos específicos.

O aborto espontâneo foi definido como uma perda de gravidez entre o início da sexta semana de gestação e a 19ª semana completa de gestação. Modelos de regressão logística condicional foram utilizados para calcular Odds Ratio (OR) e IC 95%.

Resultados

Dos 442.066 casos de gravidez incluídos na Coorte Gravídica de Quebec, 27.149 (6,1%) terminaram com aborto espontâneo, com uma média (SD) de idade materna de 24,2 (6,5) anos. Entre as gestações que terminaram com aborto espontâneo, 375 (1,4%) estavam entre as mulheres expostas a benzodiazepínicos no início da gravidez, em comparação com 788 (0,6%) das 134.305 gestações controladas combinadas (OR bruto, 2,39; IC 95%, 2,10-2,73).

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Ajustando-se a possíveis fatores de confusão, incluindo transtornos de humor e ansiedade maternas, antes da gravidez e, comparada com o não uso, a exposição aos benzodiazepínicos no início da gravidez foi associada a um risco aumentado de aborto espontâneo (OR ajustada, 1,85; IC95%, 1,61-2,12).

O risco foi semelhante entre as gestações expostas à ação de curta duração (284 casos expostos; OR ajustada, 1,81; IC95%, 1,55-2,12) e longa duração (98 casos expostos; OR ajustada, 1,73; IC95%, 1,31-2,28) benzodiazepínicos durante o início da gravidez.

Conlusão

A conclusão foi que um risco aumentado de aborto espontâneo foi observado em gestações precoces com exposição a benzodiazepínicos de curta e longa duração, e a todos os agentes benzodiazepínicos específicos durante o início da gravidez. Sintomas como insônia, ansiedade e transtornos do humor são prevalentes durante a gravidez.
É fundamental que os médicos avaliem cuidadosamente a relação risco/benefício da prescrição de benzodiazepínicos no início da gravidez, uma vez que existem tratamentos alternativos não farmacológicos.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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