Estudo compara os desfechos do parto entre mulheres com e sem cardiopatia congênita

Estudo publicado na JAMA Cardiology foi realizado com o objetivo de comparar os desfechos do parto entre mulheres com e sem cardiopatia congênita.

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Um estudo observacional retrospectivo publicado recentemente na JAMA Cardiology foi realizado com o objetivo de comparar os desfechos do parto entre mulheres com e sem cardiopatia congênita.

De um total de 27.907.535 internações hospitalares na Califórnia de janeiro de 2005 até dezembro de 2011, foram identificadas 3.642.041 internações de partos. Dentre essas, 3.189 eram mulheres com cardiopatia congênita não complexa (idade média [desvio padrão – DP]: 28,6 [7,6] anos) e 262 mulheres com cardiopatia congênita complexa (idade média [DP]: 26,5 [6,8] anos).

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As mulheres com cardiopatia congênita apresentaram maior probabilidade de realização de cesariana (121 [46,2%] com cardiopatia congênita complexa, 1.236 [38,8%] com cardiopatia congênita não complexa e 1.164.509 [32,0%] sem cardiopatia congênita; p<0,001). A mediana do tempo de permanência hospitalar foi maior para as mulheres com cardiopatia congênita em comparação com as mulheres sem cardiopatia (3 vs. 2 dias; p<0,001).

Adicionalmente, mulheres com cardiopatia congênita complexa (11,1%) e não complexa (6,0%) foram internadas por mais de 7 dias, comparadas com mulheres sem cardiopatia (1,3%).

Insuficiência cardíaca congestiva, arritmias e mortalidade materna foram raros durante a hospitalização, ocorrendo em menos de 10 mulheres com cardiopatia congênita não complexa ou complexa (<0,5% cada).

Após o ajuste multivariado, cardiopatia congênita não complexa (odds ratio [OR]: 9,7; intervalo de confiança [IC] de 95%: 4,7 a 20,0) e cardiopatia congênita complexa (OR: 56,6; IC 95%: 17,6 a 182,5) foram associadas a maiores probabilidades de insuficiência cardíaca congestiva incidente.

E mais: ‘Como manejar grávida com cardiopatia congênita? AHA responde’

Similarmente, foram encontradas probabilidades semelhantes para arritmias atriais em cardiopatia congênita não complexa (OR: 8,2; IC 95%: 3,0 a 22,7) e complexa (OR: 31,8; IC 95%: 4,3 a 236,3), para restrição de crescimento fetal em cardiopatia congênita não complexa (OR: 1,6; IC 95%: 1,3 a 2,0) e complexa (OR: 3,5; IC 95%: 2,1 a 6,1), e para readmissão hospitalar em ambos os grupos de cardiopatia combinados (OR: 3,6; IC 95%: 3,3 a 4,0).

A cardiopatia congênita complexa foi associada a maior probabilidade ajustada de arritmias ventriculares graves (OR: 31,8; IC 95%: 4,3 a 236,3) e mortalidade materna intra-hospitalar (OR: 79,1; IC 95%: 23,9 a 261,8).

Este estudo destaca alguns riscos para gestantes com cardiopatia congênita, os resultados podem orientar o monitoramento das decisões e avaliação de risco para mulheres grávidas com cardiopatia congênita no momento do parto.

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Referência:

  • Hayward RM, Foster E, Tseng ZH. Maternal and Fetal Outcomes of Admission for Delivery in Women With Congenital Heart Disease. JAMA Cardiol. 2017 Apr 12. doi: 10.1001/jamacardio.2017.0283. [Epub ahead of print]

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