Estudo da OMS avalia o tratamento dado às mulheres durante o parto

Dados avaliados sugerem que as mulheres enfrentam tratamento inaceitável durante o parto. Eles foram publicados pela OMS no BMJ Journals.

Dados avaliados sugerem que as mulheres enfrentam tratamento inaceitável durante o parto, como violações aos direitos à privacidade, ao consentimento informado e ao direito de ter um acompanhante de sua escolha durante o nascimento de seu filho. Eles foram publicados  em um suplemento especial da Organização Mundial da Saúde (OMS), no BMJ Journals.

O levantamento, dirigido pelo Departamento de Saúde e Pesquisa Sexual e Reprodutiva (SRH) da OMS, que inclui o Programa Especial de Pesquisa, Desenvolvimento e Pesquisa em Reprodução Humana (HRP), ocorreu em quatro países: Gana, Guiné, Mianmar e Nigéria.

Foi utilizada uma análise descritiva para avaliar experiências de maus-tratos entre adolescentes (15-19 anos) e mulheres jovens (20-24 anos), e ainda modelos de regressão logística multivariada para avaliar a associação entre experiências de maus-tratos e satisfação com a assistência ao parto.

O documento final destacou que “esses maus-tratos podem prejudicar seriamente a confiança no hospital e assim, essas mulheres podem evitar esses locais antes, durante e depois do parto, gerando consequências sérias para a saúde e o bem-estar, até mesmo colocando vidas em risco”.

A pesquisadora do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS, Ozge Tunçalp, explicou que “melhorar a experiência das mulheres durante o nascimento dos bebês é essencial para aumentar a confiança nos centros de saúde e garantir acesso a cuidados de qualidade no pós-parto”.

Pesquisadores afirmaram ainda que mais pesquisas – e capacidade de pesquisa – são urgentemente necessárias para melhor compreender e melhorar as experiências de maus-tratos das mulheres durante o parto, mas também em todo o cuidado contínuo da maternidade.

Essa necessidade inclui estudos sobre novos métodos de coleta de dados, entendendo como as experiências variam dependendo do contexto e como essas experiências afetam os resultados gerais.

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Abusos

A análise mostrou ainda que mulheres que não podem ter acompanhante são geralmente as que mais relatam “abuso físico, procedimentos médicos não consensuais e falhas na comunicação”, na comparação com as que entraram na sala de parto acompanhadas.

Três dos artigos mostram a importância de compreender as experiências das mulheres para melhorar a assistência ao parto através de melhores pesquisas e tratamento.

O artigo sobre exame vaginal e maus-tratos durante o parto com base em observações demonstrou a importância crucial de uma boa comunicação e processos de consentimento claros durante o parto. Além disso, a pesquisa ofereceu uma maneira prática de reduzir a exposição das mulheres e aumentar a privacidade, como a utilização de cortinas.

Ao considerar as adolescentes grávidas, o documento ressaltou que os maus-tratos contribuem para a insatisfação e perdem a oportunidade de engajamento e educação com esse público.

A pesquisa comprova ainda que “o desenvolvimento de medidas confiáveis e concisas em todo o mundo ajuda a promover iniciativas de melhorias duradouras na qualidade” dos serviços de saúde na hora do parto.

A pesquisadora da OMS, Ozge Tunçalp, lembrou que quando mulheres e seus bebês recebem cuidados respeitosos, de qualidade e centrados na pessoa, existem mais chances delas buscarem cuidados de saúde e procurarem seus médicos. “Agora que temos essas evidências, podemos dar mais passos para reduzir os maus-tratos em todo o mundo”, concluiu a especialista.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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