Eu escolhi a Medicina pelo coração. Mas não, eu não sou cardiologista

Meu irmão é autista. E, talvez imbuída pelo espírito de irmã mais velha, desde cedo suas consultas. E foi assim, ainda no início da adolescência, que eu conheci e escolhi a Neurologia.

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Tenho um casal de irmãos, os dois mais novos do que eu. Meu irmão é autista. E, talvez imbuída pelo espírito de irmã mais velha, desde cedo acompanhava meus pais em suas consultas. E foi assim, ainda no início da adolescência, que eu conheci e escolhi a Neurologia.

Na graduação mantive-me fiel a minha escolha. O que, no entanto, não me impediu de ter uma formação generalista. E essa me parece ser a principal característica, e dilema, da minha trajetória profissional.

Fiz a residência de Neurologia num serviço de excelência, onde fui apresentada a diversas possibilidades de atuação e subespecialização. E ainda que em alguns momentos estivesse mais inclinada a uma ou outra área dentro da Neurologia, acabei mantendo-me “generalista” dentro da especialidade. Algumas circunstâncias pessoais e profissionais contribuíram para a minha escolha. Ou, seria melhor dizer, para a falta de uma escolha. Mas não foi uma opção fácil.

Estar num grande centro facilmente impele o profissional em formação a se aprofundar cada vez mais numa única área. A vida prática, no entanto, mostra como é importante uma visão geral, holística, do paciente.

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Por um lado, manter-me como neurologista geral permitiu que eu me adaptasse a alguns reveses em minha vida profissional. E representou até mesmo um diferencial em certos momentos, em especial na interação com médicos de outras especialidades.

Entretanto, é inegável que ter uma especialização valoriza um profissional em qualquer área. Na Medicina, e na Neurologia, não é diferente. Fora de um grande centro é bem pouco provável que se venha a trabalhar unicamente em sua área de predileção e especialização. Mas ser uma referência em determinado campo pode facilitar a interação e inserção entre seus pares.

Não me arrependo da minha escolha. Mas hoje sinto necessidade de aprofundar-me num campo de estudo.

E foi justamente um revés em minha vida profissional que me apresentou ao campo da pesquisa básica, no qual hoje estou me inserindo. Digo assim mesmo, no gerúndio, porque se trata de um processo ainda em curso. Mas assim como em todas as áreas de conhecimento, essa também apresenta uma infinidade de possibilidades.

E muito provavelmente em breve me verei, novamente, diante da questão especialista x generalista.

Veja aqui todos os artigos da nossa colunista Cristiane Borges Patroclo!

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