Existe relação entre obesidade em crianças e otite média com efusão?

Devido a a prevalência de obesidade em crianças com otite média com efusão, estudo sugere que a obesidade pode estar associada ao desenvolvimento de OME.

De acordo com o estudo Impact of pediatric obesity on the prevalence and outcome of otitis media with effusion, a prevalência de obesidade é alta em crianças com otite média com efusão (OME), sugerindo que a obesidade pode estar associada ao desenvolvimento de OME em pediatria. O estudo foi publicado no International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology.

A OME é a causa mais comum de deficiência auditiva na população pediátrica. A obesidade pediátrica é outro importante problema de saúde, com inúmeras consequências. Entretanto os estudos publicados sobre seu papel na OME são limitados. Essa questão motivou os pesquisadores Al-Araifi e equipe a investigarem o impacto da obesidade pediátrica na prevalência e no desfecho da OME.

 

Obesidade e otite média com efusão

Al-Araifi e colaboradores realizaram um estudo retrospectivo de caso-controle em 112 pacientes pediátricos com idades entre 2 a 18 anos que foram submetidas à inserção de tubo de ventilação para o tratamento de OME durante o período de 2015 a 2017 (casos) e 130 crianças sem histórico de correspondência de OME para idade e sexo (grupo controle). Cada grupo foi dividido em quatro subgrupos com base no índice de massa corporal (IMC) por idade e sexo. As diferenças no IMC entre os casos e o grupo controle foram exploradas. Os casos foram divididos em subgrupos obesos e não obesos e foram comparados para determinar o impacto da obesidade na apresentação e resultado da OME. O estudo foi realizado no National Guard Hospital, um centro de saúde secundário pertencente ao governo, na região de AlAhsa, Arábia Saudita.

Os pesquisadores observaram que a média ± desvio padrão (DP) do IMC foi significativamente maior nos casos em comparação ao grupo controle (19,98 ± 5,20 vs. 17,25 ± 4,21) (P = 0,032). A obesidade foi significativamente mais prevalente em pacientes com OME em comparação com o grupo controle (25,0% vs. 19,2%) (P = 0,021). Os investigadores descreveram também que pacientes com OME obesos são mais propensos a desenvolver recorrência em comparação com pacientes com OME não obesos [odds ratio (OR) 3,51, intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,12-11,01].

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Limitações

Uma limitação do presente estudo é que os casos foram coletados de apenas um centro de saúde secundário, o que pode influenciar em sua generalização. No entanto, pontos fortes incluem a investigação do impacto da obesidade pediátrica na recorrência da OME, sendo o primeiro estudo a examinar essa relação na literatura. Além disso, este é o primeiro estudo realizado na Arábia Saudita a investigar o papel da obesidade na OME, apesar de sua alta prevalência na região.

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Conclusão

Os pesquisadores concluíram que a prevalência de obesidade é alta em pacientes com OME, sugerindo que a obesidade em crianças pode estar associada ao seu desenvolvimento. No entanto, as evidências atuais não podem afirmar que a obesidade predispõe a OME ou vice-versa. Além disso, Al-Araifi e colaboradores destacam que os pacientes obesos com OME são mais propensos a desenvolver recorrência em comparação com pacientes não obesos.

Referências bibliográficas:

  • Alaraifi AK, Alosfoor MA, Alsaab F. Impact of pediatric obesity on the prevalence and outcome of otitis media with effusion [published online ahead of print, 2020 Mar 13]. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2020;133:110005. doi:10.1016/j.ijporl.2020.110005.

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