Expulsão de DIU em adolescentes: há risco?

Estudo da North American Society for Pediatric and Adolescent Gynecology avalia se as taxas de expulsão do DIU são maiores em adolescentes.

As principais sociedades de ginecologia da atualidade preconizam o uso dos métodos contraceptivos de longa duração (LARCS) como sendo a opção de primeira linha para as pacientes adolescentes. Entretanto, existem poucos dados na literatura avaliando se as taxas de expulsão do DIU são maiores nesta faixa etária. 

No último mês, foi publicado na revista Elsevier, em nome da North American Society for Pediatric and Adolescent Gynecology, um importante artigo de revisão que avaliou 642 meninas e mulheres, de 9 a 26 anos, que inseriram os dispositivo intra uterinos de cobre: Mirena ® (52 mg de levonorgestrel), Kyleena ® (19,5 mg de levonorgestrel) e Skyla ®(13,5mg de levonorgestrel), entre os anos de 2009 e 2019, em um hospital de Houston, Estados Unidos.

Estudo da North American Society for Pediatric and Adolescent Gynecology sobre taxas de expulsão do DIU em adolescentes.

Resultados de taxa de expulsão de DIU

O objetivo primário do estudo foi verificar a taxa de expulsão nessas pacientes e o segundo foi relacionar fatores de risco para expulsão. Nesse sentido, foram avaliados: sangramento uterino anormal, história de sangramento uterino aumentado, anemia, distúrbio hemorrágico, síndrome dos ovários policísticos, índice de massa corporal, posicionamento do útero (anteversão, retroversão, etc.), endometriose, história prévia de cirurgia ginecológica, idade de inserção e expulsão.

O estudo encontrou uma taxa de expulsão de DIUs de 9,03%, um valor maior do que em mulheres adultas, em torno de 2,3% e 1,8%, entre 30 e 34 anos e acima de 35 anos respectivamente. Além disso, foi observada uma taxa maior (27,6%) de expulsão de DIU em pacientes que se submeteram a uma segunda inserção.

Além disso, foram relatados como sendo fatores de risco para expulsão: índice de massa corporal aumentado, história e sangramento uterino anormal, anemia, distúrbios hemorrágicos.

As pacientes do estudo relataram que optaram pelo DIU como forma contraceptiva devido sua alta eficácia, longa duração, e, no caso do DIU de cobre, ausência de hormônios; e que o aconselhamento médico foi muito importante para essa decisão. Porém, muitas delas referiram que foram mal informadas sobre os possíveis efeitos colaterais, incluindo os riscos de expulsão do dispositivo. Um estudo realizado em 2017, em Baltimore, Estados Unidos, demonstrou que a grande maioria das pacientes desiste do método, após a expulsão do dispositivo.

Portanto, adolescentes e mulheres jovens têm um risco maior de expulsão do DIU. É indispensável que as pacientes sejam esclarecidas sobre o risco pessoal de expulsão, para que possam buscar atendimento e intervenção, caso haja esta intercorrência. 

Referência bibliográfica:

  • Laura Keenahan, Jennifer L. Bercaw-Pratt, Oluyemisi Adeyemi, Julie Hakim, Haleh Sangi-Haghpeykar, Jennifer E. Dietrich, Rates of Intrauterine Device Expulsion Among Adolescents and Young Women, Journal of Pediatric and Adolescent Gynecology, 2020.

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