Fibrilação atrial: conheça as principais abordagens terapêuticas

A fibrilação atrial tem prevalência estimada de 0,5 a 1% na população geral, contudo, é subestimada, uma vez que há muitos casos assintomáticos. Saiba mais:

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Conforme abordamos anteriormente, fibrilação atrial é uma taquiarritmia supraventricular. As principais características eletrocardiográficas da doença são:

  • ausência de onda P
  • ondas f (atividade atrial grosseira numa frequência de 400-600/min) ~ oscilações na linha de base
  •  QRS irregular.
  • FC = nº ondas R em 15 X 20

Quanto maior a frequência dos átrios e a resposta ventricular, essas características citadas podem tornam-se difíceis de serem distinguidas, ou seja, as ondas f ficam quase idênticas e os intervalos R-R bastante parecidos. Assim, o diagnóstico inicial pode acabar sendo de taquicardia supraventricular.

ressincronização cardíaca

Epidemiologia

A arritmia sustentada é a mais comum e tem prevalência estimada de 0,5 a 1% na população geral, contudo, é subestimada, uma vez que há muitos casos assintomáticos. Mais comum nos idosos. Os homens são mais suscetíveis a desenvolver tal arritmia, no entanto há mais mulheres acometidas, fato que pode ser explicado pela maior sobrevida desse sexo.

É um problema de saúde pública, pois tem potencial para eventos adversos graves, como doenças tromboembólicas de alta morbi-mortalidade. O maior risco associado à fibrilação atrial é o risco de formação de trombo, e o episódio de um AVC cardioembólico.

Classificação da fibrilação atrial

fibrilação atrial

Principais Fatores de Risco

  • HAS
  • DM
  • Valvulopatias
  • Insuficiência Cardíaca
  • IAM
  • Obesidade
  • Álcool (Holliday-Heart)
  • TPSV (inclusive WPW)
  • Apneia do sono
  • Tireoidopatias
  • Atividade Física
  • Fatores genéticos
  • História Familiar

Passo 2 – E a anticoagulação?

Pode ser feita com diferentes medicamentos:

  1. a) Antagonistas de vitamina K: varfarina.
  2. Novos Anticoagulantes (NOAC):
    > Inibidores do fator IIa/trombina (Dabigatran)
    > Inibidores diretos do fator Xa (Rivaroxaban, Apixaban, Edoxabana).

*Obs.: Em casos de prótese valvar mecânica ou estenose mitral moderada a grave, são contra-indicados em pacientes com insuficiência renal e não são seguros em pacientes portadores de valvulopatias. Portanto, neste caso é utilizada a varfarina. Para indicá-la é necessário realizar o famoso escore CHA2DS2VASc.  Para saber mais sobre anticoagulação na FA, consulta nossa reportagem!

Nos estudos realizados foi visto que paciente com IC, HAS, mais de 65 anos, sobretudo mais de 75 anos, Diabetes Mellitus, AVC prévio, doença vascular, e ainda, do sexo feminino, são pacientes com maios risco de desenvolver um AVC.

Leia mais: Veja orientações da diretriz CHEST sobre fibrilação atrial e AVC

Ao indicar a anticoagulação do paciente, é ideal fazer outro escore visando avaliar o risco de sangramento, p.ex. o HAS – BLED, sendo que, pontuação > ou = 3 indica alto risco de hemorragia, porém deve ficar claro que esta NÃO CONTRA-INDICA A ANTICOAGULAÇÃO! Trata-se de um alerta, cabendo ao médico definir risco versus benefício

Passo 3 – Como manter o ritmo sinusal?

Tratamento Farmacológico

Antiarrítmicos

Posologia

Efeitos Colaterais

  1. Propafenona: depressão moderada da contratilidade miocárdica; gosto metálico, visão borrada, náusea, constipação, tontura; agranulocitose
  2. Betabloqueadores: bradicardia, broncoespasmo, erupção cutânea, fadiga, depressão mental, pesadelos.
  3. Amiodarona: pneumonite (1-23%); neuropatia periférica, tremor, insônia e ataxia; fotossensibilização (90%); hipo- e hipertireoidismo (1-14%); depósitos na córnea, com repercussões visuais (3-13%); insuficiência cardíaca, bradicardia; intolerância digestiva, hepatite medicamentosa; coloração azulada da pele; exacerbação de asma brônquica; alterações no metabolismo dos glicídios e triglicerídeos; epididimite; disfunção renal
  4. Sotalol: torsades de pointes (2,4%); bradicardia, fadiga, astenia, dispneia, tontura (2-4%)
    Não – antiarrítmicos
    Anti-hipertensivos
    Estatinas
    Outros => Controle das comorbidades de base!

Tratamento Não-Farmacológico
Mudança do estilo de vida: Atividade física, Alimentação balanceada, combater obesidade, Cessar tabagismo, etilismo e uso de drogas.

Tratamento Invasivo

Ablação por Cateter

Prognóstico:

Maior probabilidade em manter o ritmo sinusal:

  • Jovens
  • Ausência de doença cardíaca
  • Duração curta da FA
  • Sem aumento do AE
  • Outras situações:
  • ICC
  • Assintomáticos

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Referências:

  • Atrial Fibrillation, ESC. European Heart Journal. 2016; 37, 2893–2962.
  • Magalhães LP, Figueiredo MJO, Cintra FD, Saad EB, Kuniyishi RR, Teixeira RA, et al. II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardiol 2016; 106:1-22.
  • Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M, Grupi C, Atié J, Lorga Filho A, e cols. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardiol 2009;92:1-39.
  • January CT, Wann LS, Alpert JS, Calkins H, Cigarroa JE, Cleveland JC Jr, et al. 2014 AHA/ACC/HRS Guideline for the Management of Patients With Atrial FibrillationGuidelines and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2014;130:2071-104.

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