Fibromialgia está associada com maior mortalidade?

Indivíduos com fibromialgia têm mais risco de morte prematura e o estilo de vida pode ser o principal fator causal dessa relação.

Indivíduos com fibromialgia têm mais risco de morte prematura e o estilo de vida pode ser o principal fator causal dessa relação, segundo novo artigo publicado no Annals of the Rheumatic Diseases do British Medical Journal.

Para chegar nessa conclusão, pesquisadores utilizaram dados do UK Biobank, um estudo de coorte com 500 mil pessoas entre 40 e 69 anos, recrutados em todo o Reino Unido, entre 2006 e 2010. Participantes que relataram “dor em todo o corpo” por mais de 3 meses foram comparados à pessoas sem dor crônica. Esses dados foram incorporados a uma meta-análise com outros relatórios publicados para calcular uma estimativa agregada do excesso de risco.

médica examinando idoso com dor no cotovelo

Fibromialgia e mortalidade

Após ajustes para idade e sexo, 7.130 participantes relataram dor crônica e experimentaram excesso de mortalidade (taxa de risco de mortalidade 2.43, IC de 95%: 2.17 a 2.72). As causas específicas de morte foram câncer (1.73, IC de 95%: 1.46 a 2.05), doença cardiovascular (3.24, IC de 95%: 2.55 a 4.11), doença respiratória (5.66, IC de 95%: 4.00 a 8.03) e outras causas relacionadas à doença (4.04, IC de 95%: 3,05 a 5,34).

O excesso de risco foi substancialmente reduzido após ajuste por baixos níveis de atividade física, alto índice de massa corporal, dieta de má qualidade e tabagismo. Na meta-análise, todos os estudos mostraram maior mortalidade por todas as causas (1.59, IC de 95%: 1,05 a 2,42), mortalidade cardiovascular e cancerígena.

Segundo os pesquisadores, esse é o maior estudo para examinar a relação entre dor crônica generalizada e o risco de mortalidade, e as evidências são claras: indivíduos com fibromialgia têm maior risco de mortalidade, e o estilo de vida está diretamente relacionado.

Veja também: ‘Novas orientações das diretrizes para manejo da Fibromialgia’

O que é fibromialgia?

fibromialgia é tema controverso pela sua natureza ainda obscura, fisiopatologia complexa e diagnóstico difícil. Tem grande prevalência na população, principalmente no sexo feminino, e apesar de benigna, pode ser incapacitante. Entre os sintomas de fibromialgia estão dor generalizada, fadiga intensa, dificuldade para dormir e para se concentrar. Normalmente, vem acompanhado de distúrbios psíquicos como depressão e transtorno de ansiedade.

Para evitar erros no diagnóstico é fundamental a avaliação de especialista experiente. O tratamento da fibromialgia sempre deve ser multidisciplinar, envolvendo o uso de medicamentos, atividade física e acompanhamento psicológico. A falta de um desses elementos terapêuticos pode significar a falha de todo o tratamento, gerando mais dúvida, ansiedade e descrença por parte do paciente. Portanto, o esclarecimento durante as consultas sobre a doença e como tratá-la é imprescindível para a melhora.

Acupuntura no tratamento da fibromialgia

Uma vez que a acupuntura comprovadamente consegue modular a produção/ação de neurotransmissores e atua no mecanismo de controle da dor, vem sendo cada vez mais recomendada como tratamento complementar à fibromialgia. Em geral, os pacientes fibromiálgicos que procuram a acupuntura já vem com uma história de estar há longo tempo à procura da solução para suas dores e já usaram várias medicações; apresentam múltiplas queixas e mostram-se resistentes tanto ao acompanhamento psicoterápico quando ao uso de antidepressivos, procurando soluções imediatas inclusive com métodos alternativos sem comprovação. Caracteristicamente iniciam várias terapias mas não persistem no tratamento, o que dificulta a avaliação da sua eficácia. Saiba mais em nosso artigo especial sobre o tema.

Referências:

  • Macfarlane GJ, Barnish MS, Jones GT Persons with chronic widespread pain experience excess mortality: longitudinal results from UK Biobank and meta-analysis Annals of the Rheumatic Diseases Published Online First: 21 July 2017. doi: 10.1136/annrheumdis-2017-211476

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