Fibromialgia: um a cada dois pacientes sente significativo impacto negativo na qualidade de vida

Uma a cada duas pessoas (49%) no mundo, e 68% no Brasil, declarou que sua qualidade de vida foi muito ou totalmente afetada pela fibromialgia.

Uma em cada duas pessoas (49%) no mundo, e 68% no Brasil, declarou que sua qualidade de vida foi muito ou totalmente afetada pela fibromialgia, apontou uma pesquisa online realizada em seis países pela Viatris, empresa global de saúde americana com sede em Canonsburg, na Pensilvânia.

A síndrome, que atinge de 2% a 8% da população mundial, cerca de 2,5% da brasileira, é caracterizada pela presença de dor musculoesquelética inflamatória associada a outros sintomas que a tornam uma patologia de difícil reconhecimento pelos próprios médicos.

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Fibromialgia um a cada dois pacientes sente significativo impacto negativo na qualidade de vida

Principais resultados

A pesquisa online foi realizada em março deste ano em seis países: Brasil, China, México, Taiwan, Tailândia e Turquia, com a participação de 553 pessoas (101 brasileiros) entre 25 e 65 anos, que receberam um diagnóstico formal de fibromialgia ou que têm suspeita da síndrome.

O levantamento evidenciou uma complexa e difícil “peregrinação” desses pacientes até o diagnóstico, necessidades não atendidas e como lidam com a doença.

Entre os principais sintomas iniciais estão dor crônica, fadiga e cefaleia, o que provoca desconforto elevado ou extremo na maior parte dos casos investigados.

Segundo os resultados obtidos, a “peregrinação” dos pacientes antes do fechamento do diagnóstico começa com a sensação de fadiga, relatada como um dos principais sintomas por 61% dos entrevistados em todos os países pesquisados.

A dor crônica generalizada (56% globalmente e 70% no Brasil) ou localizada (46% globalmente e 59% no Brasil) também foi descrita por muitos entrevistados.

Outros sintomas citados com recorrência foram cefaleia (51% globalmente, 40% no Brasil), insônia (46% globalmente e no Brasil) e ansiedade (37% globalmente e 53% no Brasil), muitas vezes decorrentes dos demais.

Os entrevistados classificaram a maioria dos sintomas como “muito” ou “extremamente incômodos”, sendo que mais da metade afirmou sentir os primeiros sinais acompanhados de ansiedade, preocupação e depressão. Já especificamente no Brasil, a sensação mais comum associada ao início dos sintomas é o inchaço (42%).

Infelizmente, é frequente que os pacientes com fibromialgia não deem a devida atenção aos sintomas, acreditando serem temporários ou ligados ao envelhecimento, mesmo quando essa condição se apresenta debilitante, gerando impactos nas suas atividades cotidianas, especialmente de lazer.

E pior: um em cada dois pacientes sentiu a necessidade de limitar a vida profissional (48% global e 57% no Brasil) e as atividades sexuais (47% global e 45% no Brasil) como consequência direta da fibromialgia.

Processo longo e difícil

Dentre os entrevistados, os pacientes aguardaram, em média, oito semanas antes da primeira consulta ao médico, chegando a procurar três profissionais de saúde diferentes antes de receber o diagnóstico final.

Além disso, 28% dos pesquisados globalmente e 52% no Brasil declararam ter dificuldade em identificar a especialidade correta do profissional de saúde a ser consultado.

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Mundialmente, os reumatologistas são os especialistas médicos mais envolvidos no diagnóstico de fibromialgia (31%). No Brasil, essa porcentagem aumenta para 50%, seguido pelo fisiatra (16%) e pelo ortopedista (12%).

Durante a fase de diagnóstico, os pacientes relataram ter realizado uma grande quantidade de exames e testes desconfortáveis, tendo levado, em média, um ano para que o diagnóstico fosse fechado (31% globalmente, 36% no Brasil). E mais: um em cada quatro deles levou até três anos para chegar ao diagnóstico correto.

Conscientização sobre o reconhecimento precoce dos sintomas

“Os achados da pesquisa revelam que a fibromialgia ainda é uma síndrome muito complexa e complicada de se diagnosticar num curto período de tempo. Isso reflete a necessidade de aumentar a conscientização a respeito dessa condição e esclarecer aos médicos sobre o reconhecimento dos sintomas”, avaliou a neurologista e diretora médica da Viatris, Elizabeth Bilevicius.

Ainda de acordo com a pesquisa, com o diagnóstico em mãos, os entrevistados foram orientados a procurar fisioterapia (44%) ou psicoterapia (33%), sendo direcionados para tratamentos medicamentosos com prescrição médica (43%), além de receber recomendações de mudança de estilo de vida, como fazer uma correta higiene do sono (33%).

Mais do que servir de alerta, a iniciativa da pesquisa ressalta a importância do diagnóstico precoce da doença. Como a maioria das pessoas ainda desconhece a síndrome, não associa as dores generalizadas e persistentes à enfermidade.

Sendo assim, é fundamental que os médicos levantem a hipótese de fibromialgia em casos de dores que duram mais de três meses e ainda não foram diagnosticadas de maneira correta, acompanhadas de fadiga, cefaleia e insônia.

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