Fratura ou entorse de tornozelo: qual melhor tempo de imobilização?

Entre os principais pontos de discussão estão se o uso de tala ou imobilizador ortopédico comum é mais efetivo se o período for por seis ou três semanas. Confira:

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Quando o paciente sofre lesão, entorse no tornozelo, ou qualquer outra fratura não complicada nesta região, uma das principais dúvidas do ortopedista, médico da atenção primária ou emergencista é a quantidade de tempo que a imobilização deve permanecer para o indivíduo se curar totalmente. Entre os principais pontos de discussão estão se o uso de tala ou imobilizador ortopédico comum é mais efetivo se o período for por seis ou três semanas.

entorse de tornozelo

Três semanas x seis semanas

Uma pesquisa realizada recentemente na Finlândia tentou responder a este questionamento. A fim de determinar qual período seria mais eficaz no tratamento da entorse ou lesão no tornozelo com classificação Weber tipo B, pesquisadores aplicaram entre 2012 e 2016 um estudo randômico, pragmático e de não-inferioridade. O levantamento usou registro de dois bancos de dados de centros de traumato-ortopedia finlandeses. Os resultados foram publicados no periódico The BMJ em janeiro de 2019.

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A pesquisa contou com 247 pacientes maiores de 16 anos. Os indivíduos foram randomizados em três grupos, o primeiro recebeu imobilização com tala ortopédica por seis semanas (n=84), o segundo usou tala por três semanas (n=83) e o terceiro usou imobilizador simples, também por três semanas (n=80). O tempo de follow up foi de 52 semanas.

O desfecho primário observado foi a pontuação no escore Olerud-Molander de fratura de tornozelo (0-100, pontuações maiores indicam melhores desfechos e menores sintomas). Os desfechos secundários foram mobilidade no tornozelo, dor, qualidade de vida e melhora observada via radiografia.

Resultados

Após o tempo de follow up, a pontuação média no escore  escore Olerud-Molander de fratura de tornozelo foi 87,6 no primeiro grupo (seis semanas com tala), 91,7 no segundo grupo (três semanas com tala) e 89,8 no terceiro grupo (três semanas com imobilizador simples).

Nos desfechos secundários, a única diferença significativa entre os grupos foi a melhora leve na região da flexão plantar do tornozelo e diminuição de incidente de trombose venosa profunda. Excetuando as situações mencionadas, os pesquisadores não encontraram divergências nos resultados em relação ao tempo de imobilização ou no método.

Take home message

Os achados indicam que um menor tempo de imobilização (três semanas) pode ter os mesmos benefícios de um período maior, com a diferença na otimização do tempo e dos recursos aplicados.

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Referências:

  • Kortekangas TeroHaapasalo HeidiFlinkkilä TapioOhtonen PasiNortunen SimoLaine Heikki-Jussiet al. Three week versus six week immobilisation for stable Weber B type ankle fractures: randomised, multicentre, non-inferiority clinical trial 

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