Gordura na barriga é mais prejudicial do que na perna em mulheres

Estudo americano diz que acumular mais gordura na barriga do que nas pernas é prejudicial para as mulheres em relação às doenças cardíacas após a menopausa.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Um estudo americano diz que acumular mais gordura nas pernas do que na barriga protege as mulheres de doenças cardíacas após a menopausa.

Segundo o Women’s Health Initiative, pacientes mais velhas com mais gordura na região abdominal, mesmo dentro do peso, apresentam um risco maior de derrame ou doença cardíaca em comparação com aquelas que acumulam mais gordura no quadril e nas coxas.

Sendo assim, mulheres que têm o corpo em formato de maçã deveriam tentar perder a gordura abdominal para adquirir uma silhueta em forma de pera. Entretanto, mais pesquisas serão necessárias para descobrir o porquê desta associação.

Metodologia

A pesquisa acompanhou 2,6 mil mulheres maiores de 18 anos com peso saudável, que apresentavam índice de massa corporal (IMC) entre 18 e 25.

Todas as voluntárias estavam participando do Women’s Health Initiative, um grande estudo americano que começou na década de 1990. As pacientes foram submetidas a exames periódicos para verificar a densidade de gordura, músculos e ossos do corpo.

Os cientistas já sabem que a gordura visceral eleva o risco de problemas metabólicos, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. No entanto, ainda não está explicado o motivo pelo qual a gordura acumulada nas pernas pode ser protetora, sem causar problemas em outras partes do corpo.

Qibin Qi, professor do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, que conduziu o estudo, explica que as pesquisas anteriores se concentraram em pessoas com sobrepeso ou obesas.

“As participantes do nosso estudo eram todas mulheres com peso normal. Portanto, essa mensagem é muito importante mesmo para quem tem um peso corporal saudável”, destaca.

Segundo Flávio Cadegiani, mestre e doutor em Endocrinologia Clínica pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), na verdade são diversos estudos que mostram que a localização da gordura localizada é tão ou mais importante do que a sua própria presença. Isso porque a gordura abdominal tende a ter maior conteúdo de gordura visceral entre os órgãos, a chamada gordura ectópica.

“A gordura visceral produz muito mais substâncias inflamatórias e tóxicas para o corpo humano. Isso, por sua vez, gera muito mais problemas para a saúde quando comparada à gordura subcutânea, principalmente quando localizada no quadril e nas coxas. Um fator adicional importante é que quando centralizada no abdome, quanto mais “dura” for a barriga, mais provável de que o acúmulo de gordura seja visceral, e quanto mais “mole”, mais subcutânea é a gordura, o que pode ser um pouco menos maléfica, mesmo se localizada no abdome”, explica Cadegiani.

O que deve ser feito?

Segundo a conclusão do estudo, entre as mulheres pós-menopáusicas com IMC normal, tanto a gordura do tronco elevada como a gordura da perna reduzida estão associadas a um risco aumentado de doença cardiovascular.

Para os autores, tudo é uma questão de tentar reduzir a gordura abdominal para melhorar a proporção entre a adiposidade localizada na barriga e na perna.

“Não sabemos se pode haver alguma dieta ou exercício em particular que possa ajudar a realocar a gordura. Nossa equipe está trabalhando nesta questão e esperamos ter uma resposta em breve”, acrescenta Qibin Qi.

Enquanto isso, o cientista diz que os médicos devem continuar fazendo as recomendações usuais sobre a importância da alimentação saudável e da prática de exercícios físicos regulares para as suas pacientes.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

 

Referências:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades