Guia internacional orienta sobre lesões hepáticas

O Conselho das Organizações Internacionais de Ciências Médicas lançou recentemente o guia sobre o manejo de lesões hepáticas induzidas por medicamentos.

O Conselho das Organizações Internacionais de Ciências Médicas (CIOMS) lançou recentemente o guia sobre o manejo de lesões hepáticas induzidas por medicamentos, disponível para download em inglês.

Além de orientações, o material traz as perspectivas globais sobre a detecção de sinais, a avaliação e o gerenciamento do risco no desenvolvimento de medicamentos. Além disso, trata do monitoramento pós-mercado dos produtos, tendo como foco as lesões no fígado causadas por fármacos.

A organização internacional não governamental e sem fins lucrativos foi criada em 1949 pela OMS e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

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médico segurando estetoscópio antes de tratar lesões hepáticas

Lesão hepática induzida por medicamentos

A lesão hepática induzida por medicamentos, também conhecida como hepatite medicamentosa, ou chamada pelo termo DILI — que vem do inglês Drug Induced Liver Injury —, é uma das doenças mais desafiadoras enfrentadas pelos hepatologistas. Isso devido à grande quantidade de drogas utilizadas na prática clínica, ervas e suplementos alimentares com potencial hepatotóxico. Além da capacidade da condição de apresentar uma variedade de fenótipos clínicos e patológicos e a ausência atual de biomarcadores específicos.

Isso torna o diagnóstico de lesão hepática induzida por drogas um processo incerto. Exigindo um alto grau de conscientização da doença e a exclusão cuidadosa de etiologias alternativas da doença hepática.

A hepatotoxicidade idiossincrática pode ser grave, levando a uma variedade particularmente grave de insuficiência hepática aguda para a qual ainda não foi desenvolvida uma terapia eficaz.

A lesão pode variar de um leve aumento nas concentrações de aminotransferases até insuficiência hepática fulminante com necrose hepática aguda. Outras manifestações possíveis incluem colestase, esteatose, cirrose, entre outras alterações.

Lesões hepáticas medicamentosas representam cerca de 30% das hepatites agudas em estatísticas mundiais e 10% das reações adversas medicamentosas, sendo o maior motivo de retirada de medicação do mercado.

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Orientações

O relatório fornece uma estrutura crítica e um conjunto essencial de ferramentas aos médicos; a fim de detectar, diagnosticar e gerenciar as lesões hepáticas durante o desenvolvimento de remédios e no ambiente pós-comercialização.

As lesões hepáticas induzidas por medicamentos apresentam um grande desafio clínico e regulatório. Isso porque, em muitos casos, o potencial hepatotóxico só pode ser reconhecido na pós-comercialização, ou seja, somente depois que o produto já está à venda e em uso. Esses tipos de lesões constituem as razões mais frequentes para a retirada de fármacos do mercado e de alterações de bula e rotulagem.

Na conclusão do documento, os autores afirmam que: “mais pesquisas são necessárias sobre a melhor forma de prevenir e gerenciar os riscos de lesão hepática induzida por fármacos e outras toxicidades de órgãos de maneira sistemática. Com o crescente uso de medicamentos tradicionais e complementares em todo o mundo, informações confiáveis para orientar o seu uso seguro podem ter um impacto significativo na saúde pública”.

Iniciado em 2017, o trabalho de elaboração do guia contou com a participação da Anvisa, representada pela servidora Mônica da Luz Carvalho Soares. Além de instituições internacionais, como a Food and Drug Administration (FDA), a European Medicines Agency (EMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre outros.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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