Helicobacter Pylori é encontrado em amostras de gastrectomia vertical

Pesquisadores americanos relataram prevalência bastante significativa de gastrite por Helicobacter pylori em amostras de gastrectomia vertical em pacientes.

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Pesquisadores americanos relataram prevalência bastante significativa de gastrite por Helicobacter pylori em amostras de gastrectomia vertical em pacientes.

Em um estudo retrospectivo que avaliou 284 amostras de gastrectomia vertical por mais de cinco anos, com estudos complementares realizados em 61 casos, 6,7% da coorte total teve um diagnóstico inicial de gastrite por H. pylori, de acordo com o médico Joyce Ren, do Stony Brook University, em Nova York.

“Os padrões atípicos de inflamação devem levar o patologista a prosseguir com a investigação para que o tratamento adequado possa ser iniciado”, disse Joyce Ren em uma apresentação anual do College of American Pathologists (CAP). O especialista ainda complementou que achados incidentais em amostras de gastrectomia vertical podem ter implicações clínicas importantes, podendo prevenir complicações como úlcera péptica, câncer gástrico e linfoma gástrico.

Em uma segunda apresentação anual do College of American Pathologists, um outro pesquisador, que não teve o seu nome divulgado, do Hospital Beaumont, em Royal Oak, em Michigan, relatou um total de 7,62% de casos positivos para infecção por H. pylori em amostras de gastrectomia vertical.

A suspeita é que a gastrite causada por esta bactéria esteja associada à obesidade. No estudo do grupo do médico Joyce Ren, as características histológicas que motivaram os estudos complementares foram: gastrite crônica ativa (nove casos), gastrite crônica inativa (sete casos) e folículos linfoides proeminentes (quatro casos).

O tratamento foi iniciado imediatamente em 14 casos. Além disso, foram obtidas consultas de hematopatologia em três casos, devido à presença de agregados linfoides proeminentes na ausência de H. pylori.

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Estudos posteriores revelaram processo linfoproliferativo monoclonal incidental de células B em dois dos casos, confirmado pelo rearranjo do gene do receptor de células B por reação em cadeia da polimerase, observaram os autores.

“Clinicamente, antes dos pacientes serem levados para a cirurgia, não havia indicação de que eles tivessem infecção por H. pylori. A coloração com hematoxilina e eosina foi empregada para identificar sete casos de H. pylori; uma imunocoloração ou mancha especial foi realizada em 12 casos”, explicou Joyce Ren.

O autor do estudo disse ainda que a taxa de captura de quase 7% para a infecção por H. pylori era alta, o suficiente para incentivar os médicos a procurar a infecção entre os candidatos à gastrectomia vertical.

Em um segundo estudo, Subhashree Krishnan, instrutora clínica de medicina na Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Rochester, em Nova York, relatou um caso em que mulheres obesas mórbidas submetidas à gastrectomia vertical tinham um pólipo de tecido pancreático de 1,3 cm e inflamação em sua amostra de tecido, ambos indicadores potenciais de H. pylori.

Embora a coloração imunológica do patógeno tenha sido negativa em seu tecido gástrico inflamado agudo, Krishnan afirmou que o caso levou o seu grupo a rever casos anteriores de gastrectomia vertical por envolvimento de H. pylori.

“Descobrimos que havia um número substancial de casos em que pacientes submetidos à gastrectomia vertical não diagnosticaram infecção por H. pylori“, disse a médica.

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Foram revisados 223 casos de gastrectomia vertical de 2017 a 2018 e, em 17 casos, o envolvimento de H. pylori foi confirmado. Krishnan afirmou que o achado ocorreu com frequência suficiente para ser recomendado que as amostras de tecido de gastrectomia deveriam ser submetidas ao exame histopatológico.

“Sabemos que a gastrite por H. pylori pode levar a outras complicações, incluindo o desenvolvimento de tumores MALT (tecido linfoide associado à mucosa). Nesses casos, os pacientes estão sendo tratados por razões bariátricas, mas se encontrarmos H. pylori e tratá-lo, podemos salvar esses pacientes de ter outras complicações graves”, destacou Krishnan.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED 

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