Hemangioma Capilar Palpebral e Orbitário: oftalmopediatria em foco

O hemangioma capilar ou nevo morango é o tumor orbitário e periorbitário mais comum na infância. Meninas são mais afetadas que meninos em uma proporção de 3:1.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

O hemangioma capilar ou nevo morango é o tumor orbitário e periorbitário mais comum na infância. Meninas são mais afetadas que meninos em uma proporção de 3:1. Pode apresentar-se como pequena lesão isolada ou grande massa causando perda visual. É um tumor de natureza benigna composto da anastomose de pequenos canais vasculares sem encapsulação verdadeira.

Surge geralmente nas primeiras semanas de vida, com quase 30% dos casos se apresentando ao nascimento. A lesão cutânea superficial é, em geral, de cor vermelho vivo, brilhante, elevada e unilateral que descora e pode aumentar de tamanho e mudar de cor para um azul forte durante o choro ou esforço, contudo, tanto pulsação como sopro estão ausentes. Uma grande lesão na pálpebra superior pode causar ptose mecânica. Outras alterações oculares como astigmatismo, ambliopia e proptose podem ocorrer.

A evolução é caracterizada por crescimento rápido, 3-6 meses após o diagnóstico, seguido por uma fase de resolução natural mais lenta. Estima-se que a involução completa dos hemangiomas infantis ocorra no ritmo de 10% ao ano, de modo que 30% involuiriam até os 3 anos de idade, 50% até os 5 anos, 70% até os 7 anos e mais de 90% entre os 9 e 10 anos de idade.

Mais do autor: ‘Você sabe qual exame realizado, alteração e diagnóstico da imagem?’

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, apoiado na história. A tomografia computadorizada pode ser necessária no envolvimento profundo, quando o diagnóstico não é aparente na inspeção. A lesão aparece como massa homogênea de tecido macio na órbita anterior ou como massa extraconal com expansões digitiformes posteriores. A cavidade orbitária pode mostrar-se aumentada, mas sem erosão óssea. O ultrassom pode ser utilizado para mostrar as relações anatômicas e a extensão do tumor.

Tratamento

O tratamento é indicado nos casos de ambliopia secundária, compressão do nervo óptico, ceratopatia de exposição, mancha estética intensa, necrose ou infecção. Os corticoides sistêmicos, considerados por muito tempo a principal terapêutica para o hemangioma infantil, têm efeitos adversos insidiosos, difíceis de controlar, além de resposta variável. Os tratamentos intervencionistas – tais como: a injeção de corticosteroides, o laser, a embolização e a cirurgia – podem envolver risco para a região orbital, como dano ao nervo óptico e músculos extraoculares.

O propranolol é uma nova alternativa de tratamento para casos específicos de hemangioma infantil. Seu mecanismo de ação no hemangioma não está bem estabelecido. Especula-se que o propranolol aja diminuindo a expressão do fator de crescimento vascular do endotélio (VEGF) e do fator de crescimento básico de fibroblastos (bFGF), desencadeando a apoptose de células endoteliais. Seu uso, além de impedir o crescimento do tumor, promove a diminuição do volume da lesão de forma mais regular que o corticoide.

Leia também: ‘Doença de Benson: você sabe o que é?’

Evolução após 4 meses de uso de propranolol // Imagens cedidas pela Drª. Natalia Valenti

É médico e também quer ser colunista da PEBMED? Clique aqui para se inscrever!

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades