Hepatite C: antivirais de ação direta reduzem risco de hepatocarcinoma e morte?

A eficácia clínica de tratar a hepatite C com antivirais de ação direta (direct-acting antiviral – DAA) ainda não foi totalmente estabelecida.

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O tratamento da hepatite C com antivirais de ação direta (direct-acting antiviral – DAA) é muito comum no Brasil. Um novo artigo publicado na revista The Lancet comparou a incidência de morte, hepatocarcinoma e cirrose descompensada entre pacientes tratados ou não com antivirais.

Para esse estudo prospectivo, pesquisadores selecionaram 9.895 indivíduos de 32 centros especializados em hepatologia na França (follow-up mediano de 33,4 meses). Para serem elegíveis, os participantes não podiam ter história de cirrose descompensada, hepatocarcinoma ou transplante de fígado, e não podiam ter recebido terapia dupla com interferon e ribavirina com ou sem inibidores de protease de primeira geração.

pseudocolinesterase atípica

Tratamento da hepatite C

O tratamento com antivirais de ação direta foi iniciado durante o acompanhamento em 7.344 pacientes, e 2.551 pacientes permaneceram sem tratamento até a última visita. Durante o follow-up:

  • 218 pacientes morreram: 129 tratados vs. 89 não tratados;
  • 258 relataram hepatocarcinoma: 187 tratados vs 71 não tratados;
  • 106 tiveram cirrose descompensada: 74 tratados vs 32 não tratados.

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A exposição a antivirais de ação direta foi associada a um aumento do risco de hepatocarcinoma (hazard ratio não ajustada [HR]: 2,77, IC de 95%: 2,7 a 3,11) e cirrose descompensada (HR: 3,83, IC de 95%: 2,29 a 6,42).

Em contrapartida, após o ajuste para variáveis (idade, sexo, IMC, via de infecção, escore de fibrose, genótipo de HCV, entre outros), a exposição a antivirais de ação direta foi associada a uma redução na mortalidade por todas as causas (HR ajustada: 0,48, IC de 95%: 0,33 a 0,70) e hepatocarcinoma (HR: 0,62, IC de 95%: 0,46 a 0,93), e não foi associada à occorência de cirrose descompensada (HR: 1,14, IC de 95%: 0,57 a 2,27).

Conclusões

Para os autores do estudo, os achados indicam que o tratamento da hepatite C com antivirais de ação direta está associado à redução do risco de mortalidade e hepatocarcinoma e deve ser considerado em todos os pacientes com infecção crônica.

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Referências:

  • Prof Fabrice Carrat, PhD, Hélène Fontaine, MD, Céline Dorival, PhD, Mélanie Simony, MS, Alpha Diallo, MD, Prof Christophe Hezode, MD et al. Clinical outcomes in patients with chronic hepatitis C after direct-acting antiviral treatment: a prospective cohort study. Published: February 11, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32111-1

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