Hipotireoidismo subclínico: vale a pena tratar?

Hipotireoidismo subclínico é a elevação da TSH e concentrações de hormônios tireoidianos na faixa de referência e, na maioria das vezes, é assintomático.

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O hipotireoidismo subclínico é definido como uma elevação da tireotropina sérica (TSH) e concentrações de hormônios tireoidianos dentro da faixa de referência e, na maioria das vezes, é assintomático. Vale a pena tratar essa condição? Um nova meta-análise, publicado em outubro no Journal of the American Medical Association (JAMA), avaliou mais de 20 ensaios clínicos para responder essa questão.

Para essa análise, foram utilizadas as bases do PubMed, EMBASE, ClinicalTrials.gov, Web of Science, Cochrane Library, CENTRAL, Emcare e Academic Search Premier, desde a origem até julho de 2018. Ensaios clínicos randomizados que compararam reposição hormonal com placebo ou nenhuma terapia em adultos foram elegíveis.

Os desfechos foram qualidade de vida geral e sintomas relacionados à tireoide após um acompanhamento mínimo de 3 meses.

CASO CLÍNICO: Abordagem ao paciente com hipotireoidismo subclínico

hipotireoidismo subclinico

Vale a pena tratar o hipotireoidismo subclínico?

No total, 21 de 3.088 publicações preencheram os critérios de inclusão, totalizando 2.192 adultos randomizados. Após o tratamento (variação de 3 a 18 meses), a reposição hormonal foi associada à redução do valor médio da TSH para o intervalo de referência normal em comparação com placebo (intervalo 0,5 a 3,7 mUI / L vs 4,6 a 14,7 mUI / L), mas isso não se traduziu em aumento na qualidade de vida geral ou nos sintomas relacionados à tireoide.

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que o tratamento do hipotireoidismo subclínico não foi associado a melhorias na qualidade de vida geral ou sintomas relacionados à tireoide. Os resultados não suportam o uso rotineiro da reposição hormonal em adultos com essa condição.

Diretrizes de hipotireoidismo subclínico

Em indivíduos com TSH >10mcUI/mL: a Associação Americana de Tireoide (ATA) e a Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos (AACE) recomendam o tratamento para os pacientes com TSH maior do que 10mcUI/mL, devido o risco aumentado de insuficiência cardíaca e morte por doenças cardiovasculares. Para aqueles com elevações menores de TSH, o tratamento deve ser feito a critério clínico. Já as diretrizes europeias da Associação Europeia de Tireoide (ETA) recomendam a terapia de acordo com a faixa etária: tratar os pacientes com idades menores que 65 – 70 anos e TSH maior do que 10mcUI/mL, mesmo que assintomáticos; em pacientes com mais de 70 anos, realizar reposição com levotiroxina se houver sintomas de hipotireoidismo ou se houver risco alto de eventos vasculares.

Em indivíduos com TSH < 10mcUI/mL: o ATA e AACE recomendam a reposição de acordo com fatores individuais, como por exemplo: sintomas sugestivos de hipotireoidismo, positividade para anti-TPO ou evidência de doença cardiovascular aterosclerótica e insuficiência cardíaca. O ETA alerta ter maior cuidado com pacientes mais idosos, especialmente com idades superiores a 80 – 85 anos e geralmente evitar reposição nesta população.

LEIA MAIS: NEJM – nova revisão sobre hipotireoidismo subclínico

Referências:

  • Feller M, Snel M, Moutzouri E, et al. Association of Thyroid Hormone Therapy With Quality of Life and Thyroid-Related Symptoms in Patients With Subclinical HypothyroidismA Systematic Review and Meta-analysis. JAMA. 2018;320(13):1349–1359. doi:10.1001/jama.2018.13770

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