Hipovitaminose D: veja causas, diagnóstico e tratamento

A Sociedade Brasileira de Pediatria atualizou as recomendações para hipovitaminose D em crianças e adolescentes. Veja os principais pontos:

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A Sociedade Brasileira de Pediatria atualizou as recomendações para hipovitaminose D em crianças e adolescentes. Veja os principais pontos do novo documento e saiba a melhor conduta para a prática.

A deficiência de vitamina D é um problema comum, que acomete não só idosos e mulheres na menopausa, como também adolescentes e crianças. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) está de acordo com a seguinte classificação:

  • Concentrações séricas abaixo de 20 ng/mL (50 nmol/L) são consideradas como deficiência, entre 20 e 29 ng/mL (50 e 74 nmol/L) como insuficiência e entre 30 e 100 ng/mL (75 e 250 nmol/L) como suficiência.

Quais são as principais causas de hipovitaminose D em crianças e adolescentes?

-> Diminuição da transferência materno-fetal: gestantes com hipovitaminose D; prematuridade

-> Diminuição da síntese cutânea: exposição solar inadequada; pele escura; protetor solar; roupas que cubram quase todo o corpo; poluição atmosférica; latitude

-> Diminuição da digestão: aleitamento materno exclusivo; lactentes que ingerem menos de 1 litro/dia de fórmula láctea forticada com vitamina D; dieta pobre em vitamina D ou vegetariana

-> Diminuição da absorção intestinal (síndromes de má absorção): doença celíaca, doença inflamatória intestinal, fibrose cística, síndrome do intestino curto, cirurgia bariátrica

-> Diminuição da síntese: hepatopatia ou nefropatia crônica

-> Sequestro da vitamina D no tecido adiposo (obesidade)

-> Mecanismos variados (diminuição da absorção e/ou aumento da degradação): medicamentos anticonvulsivantes (ex: fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), corticosteroides, antifúngicos azólicos (ex: cetoconazol), antirretrovirais, colestiramina, orlistat e rifampicina

Quais são as manifestações?

A hipovitaminose D pode ser assintomática ou se manifestar como atraso do crescimento e/ou desenvolvimento, irritabilidade e dores ósseas. Quando grave e prolongada, pode causar hipocalcemia, hipofosfatemia, hiperfosfatasemia, acentuação da eleveção do PTH, raquitismo em crianças e osteomalácia em adolescentes e adultos.

Caso haja evolução para raquitismo, ocorrerão alterações como: atraso do crescimento e desenvolvimento motor, alterações dentárias, fronte olímpica, atraso no fechamento das fontanelas, crânio tabes, deformidade de membros inferiores (geno varo, geno valgo), entre outros. Neste caso, recomenda-se a suplementação de cálcio.

E como tratar?

O tratamento é indicado para todos os pacientes com deficiência da vitamina, sejam eles sintomáticos ou não. Ele pode ser feito com a reposição de colecalciferol, que é um metabólito mais ativo do que o ergocalciferol ou vitamina D2.

O uso do calcitriol é indicado apenas em situações excepcionais como: hipoparatireoidismo, insuficiência renal crônica, raquitismo dependente da vitamina D tipo 1 ou tipo 2, ou em casos de síndromes de má absorção intestinal grave.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as duas recomendações mais utilizadas para o tratamento são:

Tabela retirada da publicação da SBP, disponível em:https://www.sbp.com.br/src/uploads/2016/12/Endcrino-Hipovitaminose-D.pdf

Quando usar terapia com doses elevadas de vitamina D?

O Global Consensus on Nutritional Rickets recomenda os seguintes critérios para o uso de altas doses:

– Crianças < 3 meses: não usar.
– Crianças entre 3 e 12 meses: 50.000 UI, VO, dose única; seguida por manutenção de 400 UI/dia.
– Crianças entre 12 meses e 12 anos: 150.000 UI, VO, dose única; seguida de manutenção de 600 UI/dia.
– Crianças maiores de 12 anos: 300.000 UI, VO, dose única, seguida por manutenção de 600 UI/dia.

A Dra. Ana Carolina Pomodoro, pediatra e colunista da PEBMED, fala sobre o problema:

“Temos vivido uma verdadeira epidemia de hipovitaminose D. A maior disponibilidade para realização dos exames laboratoriais associada à uma maior vinculação de informações a respeito da sua ação no organismo, além da comercialização dos produtos de suplementação têm papel fundamental nesse processo.

A Sociedade Brasileira de Pediatria acabou de atualizar o documento científico sobre a deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes, trazendo pontos práticos para o dia a dia do profissional de saúde que lida com essas faixas etárias. Vale a pena acessá-lo aqui.”

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