I Paliativo Rj: extubação paliativa

A extubação paliativa é uma forma de permitir uma morte natural ao invés de prolongar artificialmente o processo de morrer, o que é diferente da eutanásia.

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No segundo dia de Congresso, tivemos palestras com tópicos esclarecedores, como sedação e extubação paliativa. Esta última, foi ministrada pelo Dr. Fernando Kawai (Coordenador no serviço de Cuidados Paliativos do New York Presbyterian Queens). Traremos neste artigo os melhores momentos da palestra e dicas práticas.

O palestrante iniciou falando sobre a importância de relembrarmos os objetivos principais da medicina: alívio do sofrimento e cura das doenças. Os médicos que não compreendem a natureza do sofrimento, mesmo que ajam de forma tecnicamente correta, podem falhar no alívio do sofrimento. E, até mesmo, causar mais sofrimento.

A extubação paliativa é uma forma de permitir uma morte natural ao invés de prolongar artificialmente o processo de morrer. Neste ponto, é essencial que fique claro que a extubação paliativa é diferente da eutanásia, pois a intenção é aliviar o sofrimento e não matar o paciente

O processo não é imediato e exige planejamento e reunião familiar. De preferência com um especialista em cuidados paliativos, lembrando sempre de documentar tudo em prontuário. O palestrante sugeriu a seguinte sequência de passos para a decisão clínica:

  1. Esclarecer a situação clínica. 
  2. Estabelecer a meta primária do cuidado.
  3. Apresentar opções de tratamento, prós e contras de cada escolha.
  4. Pesar opções em contraste com valores e preferências.
  5. Fornecer suporte de decisão adicional e permanente.

A discussão deve ser centrada nos desejos do paciente e familiares, sendo o papel da equipe médica fornecer informações e educar. 

Outros pontos, sugeridos pelo palestrante, que podem ser levados para a reunião familiar são:

  • Esclarecer que o paciente está morrendo por falência múltipla de órgãos, não pela remoção da ventilação mecânica. Deve-se informar que o paciente pode sobreviver ao procedimento;
  • Mencionar o prognóstico ruim e a péssima qualidade de vida com traqueostomia e gastrostomia;
  • Esclarecer que o manejo da dor e dispneia serão prioridade;
  • Informar que a nutrição artificial pode aumentar o risco de aspiração, congestão pulmonar, piorar dispneia e não trará melhora no desfecho a curto prazo.

Quanto tempo após a extubação o paciente irá sobreviver?

Esta pode ser uma pergunta dos familiares no momento da reunião, além de ser dúvida de muitos médicos. Não conseguimos dar uma resposta exata, mas o Fernando Kawai compartilhou um artigo com dados interessantes.

Trata-se de um estudo retrospectivo de 3 anos em hospital comunitário com população idosa etnicamente diversificada. Pacientes cronica e gravemente doentes seguiram da extubação paliativa até a morte ou a sobrevivência até a alta. Ao total, foram 148 participantes extubados, dos quais 77% morram no hospital e 23% tiveram ALTA. Dentre os que morreram, o tempo médio até a morte é de 8,9 horas (variação de 4 min a 7 dias).

Veja mais estudos em nosso portal: https://pebmed.com.br/cbmi-2018-quando-retirar-o-suporte-de-vida-nos-cuidados-paliativos/

 

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