IM/ACP 2021: como manejar pacientes diabéticos no cenário perioperatório?

O manejo do diabetes em pacientes internados e no perioperatório foi tema de uma das conferências do segundo dia do congresso da ACP 2021.

O manejo do diabetes em pacientes internados e no perioperatório foi tema de uma das conferências do segundo dia do Internal Medicine Meeting da American College of Physicians (IM/ACP 2021). A conferência intitulada, “Inpatient Diabetes Management: The Sweetest Patients”, foi realizada pela Dra. Lillian Lien, endocrinologista chefe da Divisão de Endocrinologia, Metabolismo e Diabetes da Universidade de Mississippi.

Em texto anterior, abordamos alguns tópicos dessa conferência, como: controle glicêmico, quando suspender hipoglicemiantes orais, além de considerações sobre o tratamento com insulina.

Agora vamos nos direcionar a um outro ponto de grande interesse prático que a conferência nos trouxe.

médico fazendo controle de diabéticos no perioperatório

Como lidar com o paciente diabético no cenário perioperatório?

Para responder à pergunta acima, a conferencista utilizou como base as recomendações de guideline da American Diabetes Association¹.

Controle glicêmico

O controle glicêmico no perioperatório deve objetivar níveis entre 80 e 180 mg/dL. Revisão sistemática recente concluiu que controle glicêmico mais estrito que a faixa acima não resultou em melhores desfechos e esteve associado a maior número de episódios de hipoglicemia.

Manejo de agentes não insulínicos: quando suspender?

  • Metformina: deve ser suspensa no dia da cirurgia;
  • Inibidores SGLT-2: devem ser descontinuados antes da cirurgia (idealmente três a quatro dias antes);
  • Qualquer outro hipoglicemiante oral deve ser suspenso na manhã da cirurgia.

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Manejo da insulina no perioperatório

No paciente em jejum, insulinas rápidas prévias à refeições devem ser suspensas.

Quanto às insulinas de longa ação, a American Diabetes Association sugere:

  • Administre metade da dose da NPH na manhã da cirurgia;
  • Para as outras insulinas análogas de longa duração, administre 75 a 80% da dose na manhã da cirurgia.

Na noite anterior à cirurgia: redução em 25% da dose da insulina da noite prévia à cirurgia esteve associada a maior controle glicêmico com menor risco de hipoglicemia.

Cuidados adicionais

Monitore a glicemia arterial pelo menos a cada 2 a 4 horas, enquanto o paciente não estiver com nenhuma ingesta oral, e caso necessário, controle a glicemia com insulinas de ação rápida.

Já conferiu a parte 1 dos textos desta palestra? Falamos sobre controle glicêmico e suspensão de hipoglicemiantes orais no paciente internado. Veja aqui.

Veja mais do congresso:

Referências bibliográficas:

  1. American Diabetes Association. 15. Diabetes Care in the Hospital: Standards of Medical Care in Diabetes-2019. Diabetes Care. 2019 Jan;42(Suppl 1):S173-S181. doi: 10.2337/dc19-S015. PMID: 30559241.

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