IM/ACP 2022: Suplementação de oxigênio – da internação até o uso domiciliar

No ACP 2022, foram discutidas as principais indicações na suplementação de oxigênio de uso hospitalar até o manejo ambulatorial.

Existem diversos dispositivos para suplementação de oxigênio na prática clínica, seja para pacientes hospitalizados ou ambulatoriais. Entretanto, ainda há diversas dúvidas no uso e indicação desses dispositivos. Em sessão do Internal Medicine Meeting (IM 2022) do American College of Physicians2022, os painelistas discutiram as principais indicações e controvérsias na terapia com oxigênio de uso hospitalar até o manejo ambulatorial.

suplementação de oxigênio

A discussão

Entre os pacientes internados, o cateter nasal de alto fluxo (CNAF) é uma ferramenta que possui cada vez mais evidências de benefícios em pacientes com insuficiência respiratória, sobretudo quando a terapia com O2 convencional parece não suprir a demanda. No geral, pacientes não retentores ou com edema pulmonar, são excluídos da maioria dos estudos utilizando CNAF, os quais apresentam forte evidência de benefício da ventilação não invasiva convencional. As vantagens do CNAF incluem o conforto durante o uso, oferta de oxigênio e pressão, maiores conforme o fluxo, com melhora de áreas atelectásicas e do trabalho respiratório. Ele pode ser utilizado com evidências de prevenção de intubação e reintubação, e alguns índices como o ROX acima de 4 pode ser uma boa ferramenta para reconhecimento de falha no uso do CNAF e indicação de intubação orotraqueal.

Além disso, manter níveis de saturação elevados em pacientes em ventilação mecânica não parece ter benefício clínico e ainda carece de melhores evidências para determinação de valores de saturação alvo na terapia intensiva.

Já as estratégias domiciliares de oxigenoterapia encontram maiores indicações em estudos antigos, porém bem consolidados, como no DPOC. Deve-se individualizar as situações como o repouso, no exercício e durante o sono adequando-se o fluxo de oxigênio à demanda e aos dispositivos, sendo os principais dispositivos disponíveis os concentradores, os cilindros pressurizados e o oxigênio líquido. É importante avaliar o paciente na alta hospitalar, sobretudo para a manutenção do oxigênio. Até 80% dos pacientes que saem da internação em uso de oxigenioterapia não precisarão mantê-la a longo prazo, por isso a reavaliação desses pacientes é importante, se possível em até 30 dias da alta. Tão importante quanto a avaliação no repouso, a avaliação durante o exercício é fundamental e o teste de caminhada de seis minutos pode ser utilizado. Caso o paciente mantenha hipoxemia durante o exercício, o oxigênio ainda deverá ser utilizado para tais atividades. Para pacientes que viajam de avião e necessitam de O2, o teste de caminhada com dessaturação abaixo de 85% deve indicar o uso de O2 durante o voo.

Pacientes com apneia do sono e comorbidades, que apresentem dessaturação importante durante o sono devem ser avaliados para a suplementação de oxigênio noturna.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.