Imobilização ou fixação externa temporária para fratura-luxação fechada do tornozelo?

Estudo comparou a eficácia nas fraturas-luxações fechadas do tornozelo tratadas provisoriamente com fixador externo ou imobilização gessada.

A fratura-luxação do tornozelo é uma lesão que acomete gravemente osso e partes moles. Nas situações em que as condições de partes moles não permitem o tratamento agudo definitivo, a colocação de fixador externo ou imobilização são opções de tratamento provisórias. A perda da redução é uma complicação que pode levar à piora das condições de partes moles, contraturas e atraso da fixação definitiva.

Um estudo retrospectivo foi publicado recentemente na revista Foot and Ankle Surgery comparando eficácia, resultados clínicos e frequência de complicações nas fraturas-luxações fechadas do tornozelo tratadas provisoriamente com fixador externo ou imobilização gessada.

Leia também: A qualidade da redução da sindesmose nas fraturas do tornozelo influencia no resultado funciona a curto prazo?

Imobilização ou fixação externa temporária para fratura-luxação fechada do tornozelo

O estudo

Foram selecionadas 117 fraturas-luxações isoladas fechadas de tornozelo tratadas entre 2012 e 2019 em um hospital turco com follow-up de mais de 1 ano. Para cada paciente, idade, sexo, lateralidade, tabagismo, diabetes e classificação AO foram avaliados. A divisão entre imobilização gessada (n=69) ou fixação externa (n=48) foi baseada na decisão do cirurgião que realizou o primeiro atendimento ao paciente. Foram calculados o tempo para a cirurgia definitiva, tempo cirúrgico, perda de redução e complicações antes e após o tratamento definitivo.

A frequência de perda da redução (25% vs 4%, p= 0,019) e necrose de pele (22% vs 6%, p= 0,028) foi maior e estatisticamente significativa no grupo imobilização. O tempo médio entre a lesão e o tratamento definitivo foi significativamente menor no grupo fixador externo (11 ± 5 vs 7 ± 4 dias, p= 0,033).

Houve melhora do escore AOFAS (The American Orthopaedic Foot and Ankle Society ankle-hindfoot) e escala visual analógica de dor em ambos os tratamentos após 3 ou 12 meses do tratamento definitivo. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao tempo cirúrgico do tratamento definitivo.

Saiba mais: Crianças e adolescentes não sofrem lesões ligamentares do tornozelo?

A porcentagem do fragmento das fraturas do maléolo posterior foi calculada no corte axial da tomografia computadorizada, dividindo a área do fragmento pelo total da superfície articular. Percebeu-se que quanto maior foi esse valor percentual, maior foi a perda de redução tanto no grupo imobilização (25% vs 75%, p= 0,032) quanto no grupo tratado com fixador externo (4% vs 96%, p= 0,021).

Conclusão

O estudo apresentou como limitações a pequena amostra e o fato de ser retrospectivo e não randomizado. Nas fraturas-luxações expostas, sabidamente o uso de fixador externo temporário é superior ao uso de imobilização como manobra temporária.

O estudo, apesar das limitações, demonstra a possibilidade de que resultados com a fixação externa também seriam superiores nas lesões fechadas. Ensaios clínicos randomizados serão importantes para dar prosseguimento à discussão.

Referências bibliográficas:

  • Büyükkuşcu MÖ, Basilgan S, Mollaömeroğlu A, Misir A, Başar H. Splinting vs temporary external fixation in the initial treatment of ankle fracture-dislocations. Foot and Ankle Surgery. 2021 Mar 26;S1268-7731(21)00069-2. doi: 10.1016/j.fas.2021.03.018.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades

Tags