Imunoterapia: ampliou o acesso a tratamentos e diagnósticos no Brasil

Para muitos especialistas, a imunoterapia é o maior avanço da medicina nos últimos anos, e o quarto pilar no tratamento contra o câncer,

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Inegavelmente, os recentes avanços da imunologia revolucionaram a forma de tratar o câncer. Um dos fatos mais relevantes aconteceu no ano passado. Dois pesquisadores: James P. Allison, da Universidade do Texas, e Tasuku Honjo, da Universidade de Kyoto, ganharam o Prêmio Nobel de Medicina. Esse prêmio veio por seus estudos com o tratamento inovador que usa o próprio sistema imunológico do indivíduo para combater os tumores.

Para muitos especialistas, a imunoterapia é o maior avanço da medicina nos últimos anos, e o quarto pilar no tratamento contra o câncer, juntamente com a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia.

Pioneiro na área, Allison estudou a proteína CTLA-4 como um freio para o sistema imunológico e entendeu que eliminando esse freio poderia fazer as defesas atacarem aos tumores. Graças a essa ideia, o pesquisador curou roedores com melanomas.

Em 2010, ele e sua equipe aplicaram a técnica em pessoas com melanoma. Em vários pacientes, os tumores desapareceram. Esses estudos levaram ao desenvolvimento do Ipilimumab, o primeiro anticorpo monoclonal contra a CTLA-4, aprovado em 2011 pela Food and Drug Administration (FDA).

Já Honjo descobriu logo depois que a PD-1 também funciona como um freio para as células T, mas em um mecanismo diferente da CTLA-4. O pesquisador analisou uma série de experimentos em seu laboratório e verificou que a PD-1, assim como a CTLA-4, agia no sentido de inibir a ação do sistema imunológico. O resultado foi o desenvolvimento de um anticorpo anti-PD-1, testado em experimentos com modelos animais.

A estratégia se mostrou promissora contra o câncer. Em 2012, um estudo demonstrou a sua eficácia no tratamento de pacientes com diferentes tipos de tumor, inclusive em casos de câncer já em metástase.

Essas descobertas representam um marco no combate ao câncer e podem revolucionar os tratamentos contra a doença.

Saiba mais: Imunoterapia: avanços no tratamento do câncer

Vantagens da imunoterapia

“A imunoterapia possui muito menos efeitos colaterais, dura muito mais e com o tratamento eficaz em praticamente todos os tipos de câncer”, afirmou o pesquisador Tasuku Honjo, em entrevista concedida ao programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, que foi ao ar no dia 18 de junho deste ano.

Para o ganhador do Prêmio Nobel, a imunoterapia será a principal droga para o tratamento da doença no futuro: “Exatamente como aconteceu com a penicilina. Inicialmente, ela não curou todas as doenças infecciosas, porém uma série subsequente de antibióticos finalmente conseguiu banir quase todas as principais doenças infecciosas na nossa sociedade. É isso que espero”, aposta Honjo.

O entendimento dos genes responsáveis pelas alterações cromossômicas que levam ao aparecimento das imunodeficiências abre perspectivas de novas terapias gênicas. Estas somadas às terapêuticas já existentes, como a utilização de imunoglobulinas e a realização de transplantes de medulas, oferecem aos especialistas um maior controle e, em alguns casos, até mesmo a cura dessas doenças.

 

Referências: 

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades