Infecção por citomegalovírus é 3x maior em países de baixa e média renda

A infecção congênita por citomegalovírus é a infecção congênita mais comum e é a principal causa de perda auditiva não genética. Saiba mais.

A infecção congênita por citomegalovírus (CMV) é a infecção congênita mais comum e é a principal causa de perda auditiva não genética, além de estar associada à sepse neonatal e outras sequelas como a hidrocefalia.

Estudos sugerem que a infecção congênita por CMV apresenta alta incidência, prevalência e gravidade em populações de baixa renda. Entretanto, a maioria dos estudos sobre essa doença são em países de alta renda.  

Provavelmente, há uma subnotificação de citomegalovírus congênito no mundo, devido à falta de testes disponíveis em países de baixa renda. 

A maior parte dos RNs com essa infecção congênita são assintomáticos ao nascer, porém podem haver sequelas mais tardias (até anos após). No momento em que as sequelas são observadas já é tarde demais para avaliar a associação do CMV com o resultado sorológico da criança. 

Mesmo com toda essa importância na morbimortalidade, ainda faltam estudos confiáveis da carga de infecção.

citomegalovírus

Estudo sobre citomegalovírus

Esse estudo foi publicado com o objetivo de estimar a prevalência de citomegalovírus congênita em países de baixa e média renda e países de alta renda, caracterizar a taxa de infecção congênita pelo CMV por métodos de rastreamento e descrever fatores de risco associados.

Para essa metanálise, foram selecionados 1322 estudos no Medline, PubMed, Scopus e Cochrane. Os estudos forneceram dados sobre a prevalência de CMV congênita em recém-nascidos menores que 3 semanas.

A fim de verificar a prevalência de citomegalovirose congênita foi realizada triagem em bebês com menos de 3 semanas de vida com amostras de urina, saliva ou sangue. 

Resultados 

Setenta e sete estudos preencheram os critérios de inclusão, com 515.646 crianças em 36 países e 5 continentes. A prevalência de citomegalovírus congênita foi de 0,67%. A prevalência de nascimento com CMV em países de baixa e média renda foi 3x maior do que em países de alta renda (1,42% vs 0,48%). 

Métodos de triagem com amostras de sangue demonstraram taxas mais altas de CMV do que amostras em urina ou saliva (odds ratio 0,38).

Altas taxas de CMV congênita foram relacionadas em maior soroprevalência materna, maiores prevalências de HIV, menor nível socioeconômico e mães mais jovens de idade. 

Leia também: Valaciclovir para prevenção da transmissão vertical do citomegalovírus durante a gravidez

Conclusões 

A CMV congênita é um problema de saúde pública. 

Infelizmente, esse estudo relata uma carga de infecção 3x maior em países de baixa e média renda quando comparado com países de alta renda. 

Para reduzir sua incidência e complicações é necessário compreender melhor essa relação entre CMV e condição socioeconômica, para assim fornecer dados mais robustos para intervenção de saúde. 

Prevenção, diagnóstico e tratamento são essenciais para redução na incidência de CMV e diminuição de sequelas por essa, principalmente em países com poucos recursos.  

Referência bibliográficas:

  • Paddy Ssentongo, et al. Congenital Cytomegalovirus Infection Burden and Epidemiologic Risk Factors in Countries With Universal Screening. A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Network Open. 2021;4(8):e2120736. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2021.20736

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