Influência de raça e etnia na síndrome respiratória aguda grave por SARS-CoV-2

Os dados preliminares dos epicentros de SARS-CoV-2 sugerem disparidades entre raça e etnia na morbidade e mortalidade relacionadas à doença.  

Os dados preliminares dos epicentros da Covid-19 sugerem disparidades étnico-raciais na morbidade e mortalidade relacionadas à doença na população em geral.  Nesse mês de novembro de 2020, foi publicado um artigo pelo American College of Obstetricians and Gynecologists com o objetivo de avaliar as taxas de infecção e os resultados perinatais entre mulheres grávidas com infecção por síndrome respiratória aguda grave por SARS-CoV-2 por raça e etnia.

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Os dados preliminares dos epicentros de SARS-CoV-2 sugerem disparidades entre raça e etnia na morbidade e mortalidade relacionadas à doença.  

Método do estudo

O estudo foi desenhado em um modelo de coorte retrospectiva avaliando mulheres que deram à luz em dois hospitais de Nova York. Foram selecionadas 100 gestantes positivas para Covid-19, a partir de PCR detectado em swab da nasofaringe. As mulheres foram categorizadas pelos pesquisadores em quatro grupos: negro não hispânico, branco não hispânico, hispânico e outros.

Foi observada uma taxa de infecção de SARS-CoV-2 significativamente maior entre mulheres hispânicas em comparação com mulheres brancas não hispânicas (18,1% vs 9,4%, P ≤ , 01). O IMC para mulheres hispânicas com um resultado positivo do teste SARS-CoV-2 foi maior do que para mulheres brancas não hispânicas. Já as complicações perinatais não diferiram entre os grupos. No entanto, as mulheres hispânicas eram mais propensas a dar à luz por cesariana do que as mulheres brancas não hispânicas (53% vs 15%, P ≤ 0,05). Em relação aos desfechos neonatais, não houve diferenças entre os grupos.

O estudo, então, evidencia que as mulheres hispânicas estavam desproporcionalmente representadas entre as afetadas pela infecção por SARS-CoV-2, sugerindo alguma disparidade no risco de infecção.

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Foi observado que uma proporção maior de mulheres hispânicas tinha seguro público em comparação com mulheres brancas não hispânicas, e que embora todos os grupos de minorias étnicas e raciais tivessem pontuações de status socioeconômico mais baixas em comparação com mulheres brancas não hispânicas, apenas as mulheres hispânicas diferiram significativamente no bairro de residência e tipo de seguro.

Conclusão

Os resultados do estudo sugeriram que as variações no ambiente urbano em que vivem e as desigualdades relacionadas a ter ou não seguro de vida desempenham um papel maior do que simplesmente o status socioeconômico isoladamente nas disparidades observadas relacionadas ao risco de infecção por SARS-CoV-2.

Por fim, o estudo teve como pontos limitadores seu desenho retrospectivo, pequeno tamanho da amostra e falta de um grupo controle de pacientes sem infecção por SARS-CoV-2.

Dada a disseminação continua da Covid-19, novos trabalhos poderão reafirmar essa tendência observada nesse estudo e, talvez, fornecer orientações para esforços destinados a prevenção direcionada na população.

Referências bibliográficas:

  • Emeruwa, Ukachi N. MD, MPH; Spiegelman, Jessica MD et al, Influence of Race and Ethnicity on Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) Infection Rates and Clinical Outcomes in Pregnancy, Obstetrics & Gynecology. 2020;136(5):1040-1043. doi: 10.1097/AOG.0000000000004088

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