Inibidores da bomba de próton causam demência?

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association Neurology (JAMA), confirmou a relação entre o uso de inibidores da bomba de próton (IBP) e o aumento do risco de demência em idosos. O grupo de pesquisadores alemães do Center of Neurodegenerative Diseases, já haviam publicado um estudo anterior, de menor tamanho, demonstrando a …

250-BANNER5Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association Neurology (JAMA), confirmou a relação entre o uso de inibidores da bomba de próton (IBP) e o aumento do risco de demência em idosos.

O grupo de pesquisadores alemães do Center of Neurodegenerative Diseases, já haviam publicado um estudo anterior, de menor tamanho, demonstrando a relação entre o uso de IBP e o risco para demência. Porém, este novo estudo foi realizado com um número maior de participantes e utilizou dados farmacêuticos, e não apenas análise de prontuários.

A análise incluiu mais de 73 mil pacientes, com 75 anos ou mais, que inicialmente não possuíam demência inicialmente. Durante o curso do estudo (2004 até 2011), 29.510 pacientes foram diagnosticados com demência, sendo que mais da metade (59%) foi diagnosticado com dois tipos de demência.

Pesquisadores focaram em analisar pacientes que utilizaram IBP por no mínimo 18 meses. O uso regular de IBP foi definido como a prescrição trimestral de um dos seguintes: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, esomeprazol, ou rabeprazol.

O estudo apontou que 2950 pacientes utilizavam IBP regularmente, estes tinham um risco significativamente maior de demência comparado com os que não utilizavam a droga. (HR:1,44 ; intervalo de confiança 95%, 1,36 – 1,52; P< .001).

Os autores identificaram diversos fatores de confundimento também estão associados com aumento do risco de demência, entre eles depressão e AVC. Ter diabetes e utilizar polifarmcia, 5 ou mais medicações além do IBP, também estavam associados.

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A publicação possui enorme impacto, já que os IBP estão entre as medicações mais prescritas em todo o mundo, muitas vezes sem indicação precisa. Pesquisas apontam que até 70% das prescrições de IBP são inapropriadas.

Os pesquisadores ainda não estão certos sobre qual o mecanismo envolvido no aumento do risco de demência. Evidências, em ratos, sugerem que IBP podem cruzar a barreira sangue-cérebro, interagindo diretamente com enzimas cerebrais, e aumentar o acumulo de beta-amiloides. Outros pesquisadores apontam que a deficiência de vitamina B12, induzida por IBP, poderia ser a responsável, entretanto este estudo não evidenciou os níveis desta vitamina.

Em seu editorial Dr. Lewis H. Kuller, professor do departamento de epidemiologia da Universidade da Pensilvânia, apontou que mesmo um aumento pequeno no risco de demência pode ser traduzido em um grande impacto populacional, nos EUA por exemplo existem cerca de 13 milhões de idosos com mais de 75 anos, se 3% receberem IBP regularmente significaria 10.000 novos casos de demência por ano.

Os autores do estudo forneceram um importante e interessante desafio, ao exporem esta relação, disse o Dr. Kuller. A avaliação do uso de medicamentos e seu impacto a longo prazo é apenas mais uma questão, ente muitas, a serem avaliados em idosos com uso de polifarmacia.

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Referências:

Do Proton Pump Inhibitors Increase the Risk of Dementia? – Lewis H. Kuller, MD, DrPH – JAMA Neurol. Published onlineFebruary 15, 2016
Association of Proton Pump Inhibitors With Risk of Dementia. A Pharmacoepidemiological Claims Data Analysis. – Willy Gomm et al. – JAMA Neurol. Published online February 15, 2016

 

 

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