Insônia: conheça as causas e saiba como tratar o distúrbio do sono

Em nossa publicação semanal de conteúdos do Whitebook Clinical Decision, separamos os critérios de apresentação clínica e diagnóstico da insônia.

Essa semana no Portal da PEBMED falamos sobre os efeitos da insônia no comportamento dos adolescentes. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, separamos os critérios sobre apresentação clínica e critério diagnóstico da insônia.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

sono

Apresentação clínica da insônia

Anamnese

O clínico deverá sempre investigar a queixa nos seguintes aspectos: horas dormidas, se o sono é ou não reparador,
hábitos do paciente (trabalho, atividade física, como é o ambiente de dormir), se dorme ou sente sonolência
durante o dia, critérios de risco para apneia do sono (roncos, obesidade, por exemplo), se está relacionado
à profissão com turno noturno, se existe prejuízo funcional, dentre outros aspectos.

Avaliada a insônia, deve-se atentar para possíveis quadros psiquiátricos e clínicos que a possam iniciar.
Transtornos de humor, de ansiedade, psicóticos, além de insuficiência cardíaca congestiva, DPOC, dentre
outras morbidades sistêmicas.

Características clínicas:

  • Dificuldade em iniciar ou manter o sono, ou despertar precoce;
  • O quadro aparece apesar de condições e oportunidades adequadas para dormir;
  • O problema deve acontecer pelo menos 3 vezes na semana e não estar associado à oportunidades inadequadas
    de sono;
  • Pode haver variações no quadro (ex.: várias noites mal dormidas seguidas por uma noite de sono adequado
    ou sono mínimo por várias noites consecutivas);
  • Há comprometimento nas atividades diárias: fadiga ou mal-estar; dificuldade de atenção ou concentração;
    disfunção social, escolar ou no trabalho; alterações no humor ou irritabilidade; sono durante o dia;
    redução da energia ou motivação; maior incidência de erros ou acidentes; problemas comportamentais
    (ex.: hiperatividade, impulsividade ou agressividade); preocupações progressivas sobre sono.

OBS: Pacientes com insônia crônica possuem mais chances de desenvolver problemas de ajustamento ou
comportamento. Pode haver comprometimento significativo nas habilidades de funcionamento durante o dia.
Isto pode levar a um ciclo que piora a insônia (marcadamente na insônia inicial, onde há ruminação de
problemas).

Pelo ICSD-3:

  • Dificuldade de iniciar ou manter o sono ou despertar precoce. Em crianças e idosos pode se manifestar
    como resistência a ir para a cama ou dificuldade de dormir sem auxílio do cuidador;
  • As dificuldades com o sono ocorrem apesar de adequadas oportunidades e circunstâncias para o sono;
  • O paciente descreve prejuízo em atividades feitas durante o dia devido a dificuldades no sono;
  • A dificuldade no ciclo sono-vigília não é melhor explicada por outro transtorno do sono.

Insônia crônica:

  • Os sintomas devem estar presentes pelo menos três vezes na semana por uma duração de 3 ou mais meses;
  • Ou o quadro não dura 3 meses, mas há um padrão de ocorrências repetitivas por semanas ao longo de anos;
  • Deve ser um quadro muito proeminente e avaliações e tratamentos mais complexos.

Insônia de curto prazo: São os mesmos critérios anteriores, só que presentes por menos de 3 meses.

Fatores de risco:

  • Episódio prévio de insônia;
  • História familiar de insônia;
  • Predisposição de ser despertado com facilidade;
  • Pobre autoavaliação sobre a saúde do indivíduo;
  • Dor física;
  • Reatividade do sono (propensão a problemas de sono quando submetido a evento estressor).

Exame Físico

    O exame físico pode revelar problemas compatíveis com insônia, tais como:

  • Excesso de tecido orofaríngeo na apneia obstrutiva do sono;
  • Edema de membros inferiores na insuficiência cardíaca;
  • Deformações de extremidades em doenças reumatológicas;
  • Alterações no estado mental na demência;
  • Exame normal, mesmo na presença de condições clínicas ou psiquiátricas associadas à insônia, como asma,
    refluxo ou menopausa.

Abordagem diagnóstica da insônia

O diagnóstico é clínico. Para se confirmar ou excluir o diagnóstico, uma avaliação do histórico do sono pode ser necessária. Para isso, pode-se solicitar ao paciente um diário do sono. Ele deve conter:

  • Número de vezes que acordou;
  • Duração do tempo que permaneceu desperto cada vez que acorde;
  • Quanto tempo permanece na cama;
  • Quanto tempo demora para começar a dormir depois de deitar;
  • Hora final do despertar;
  • Horários e duração de cochilos;
  • Registro e duração de sintomas diários em consequência do sono alterado, como fadiga ou sonolência diurna;
  • Registro do ambiente de sono;
  • Qualidade do sono.

O diário deve conter registros por um período de 24 horas e por uma semana.

Também é recomendável que os pacientes passem por uma avaliação adicional para avaliar a presença de comorbidades. Para tal, uma boa avaliação clínica associada ao exame físico é essencial.

Exames de rotina:

Não são necessários na maioria dos pacientes, mas podem ser solicitados conforme a história clínica ou o exame físico.

  • Polissonografia: solicitada se houver suspeita de outro transtorno do sono (ex.: apneia obstrutiva do
    sono);
  • Teste de latência múltipla do sono: indicado quando há suspeita de narcolepsia;
  • Testes psiquiátricos: quando há suspeita de comorbidades, como depressão (ex.: escala de Beck);
  • Actigrafia: usada para confirmar informações no diário do sono, calcular latência do sono e sua eficiência;
  • Outros solicitados conforme suspeita ou indicação clínica: ecocardiograma; função tireoidiana; glicemia
    de jejum; hemoglobina glicosada; níveis séricos de ureia, creatinina e nitrogênio; cinética do ferro.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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