Internar em CTI: 5 fatores que nos influenciam e não nos damos conta

O consenso geral parece simples: decisões clínicas são do tipo “to live or die”, isto é, de grande responsabilidade e o desfecho de uma má conduta pode ser catastrófico.

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The human life is made up of choices. Yes or no. In or out. Up or down. And then there are the choices that matter. Love or hate. To be a hero or to be a coward. To fight or to give in. To live or die. Live or die: that’s the important choice. And it’s not always in our hands.” A declaração do episódio entitulado “Death and All His Friends”, da série americana Grey’s Anatomy, por Shonda Rhymes, funciona como uma metonímia de um dos grandes dramas da Medicina: internar em CTI ou não?

O consenso geral parece simples: decisões clínicas são do tipo “to live or die”, isto é, de grande responsabilidade e o desfecho de uma má conduta pode ser catastrófico. A maior parte dos médicos reconhece ou ao menos imagina que exista risco considerável quando se posterga, por exemplo, a admissão de um paciente com indicações para Unidade de Terapia Intensiva. No entanto, que tipo de risco seria esse? Se relacionaria à morbimortalidade? Mais além, o que determinaria aceitar ou rejeitar um pedido de vaga em CTI?

Com questões como essas em mente, médicos da Icahn Escola de Medicina Monte Sinai de Nova York, desenharam um interessante estudo de coorte retrospectivo. Seus principais objetivos foram:

1) estabelecer os preditores determinantes das vagas concedidas ou negadas, sobretudo no que diz respeito a influência da quantidade de pacientes internados no setor de emergência e CTI;
2) estimar o efeito do tempo de internação no setor de emergência sobre a mortalidade intrahospitalar e morbidade (definida como tempo de uso de vasopressores, diálise ou ventilação mecânica).

Leia também: ‘Principais critérios para alta do CTI’

Os resultados se comparam ao imaginário. Considerando as proporções e limitações do estudo, aponta-se que pelo menos três fatores se associaram à decisão clínica de aceitar pedidos de vagas em CTI:

1. Gravidade do paciente (de acordo com escore MPM-III);
2. Possibilidade terapêutica curativa do paciente;
3. Disponibilidade de leitos na unidade.

Por outro lado, pelo menos dois fatores foram associados à decisão clínica de negar tais vagas:

1. Paciente com idade avançada;
2. Paciente proveniente de sistemas de Home Care.

Qualquer semelhança com a nossa realidade não é mera coincidência. Analisando a fundo, o artigo demonstra que os pacientes em estados críticos internados no setor de emergência tem de fato menos chance de obter vaga em CTI quando o mesmo está funcionando em sua capacidade máxima. Trágica e consequentemente, seu tempo de internação representou um fator de risco independente para o aumento da morbimortalidade. O que nos deixa outra questão ainda a ser respondida: como otimizar o tratamento dos indivíduos nessas condições a fim de melhorar esse prognóstico?

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Referências:

  • Kusum S.Mathews; Matthew S. Durst; Carmen Vargas-Torres; Ashley D. Olson; Madhu Mazumdar; Lynne D. Richardson. Effect of Emergency Department and ICU Occupancy on Admission Decisions and Outcomes for Critically Ill Patients. Critical Care Medicine, 2018. Volume XX. Number XXX.

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