Intoxicação exógena em crianças: conduta do enfermeiro

A intoxicação exógena é considerada uma emergência pediátrica potencialmente grave, mesmo que a criança esteja assintomática.

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Intoxicação exógena consiste na introdução de substâncias no organismo em doses nocivas, que podem comprometer a sua funcionalidade. Na intoxicação, ocorre a produção de metabólitos que provocam uma instabilidade transitória nos sistemas fisiológicos. É considerada uma emergência pediátrica potencialmente grave, mesmo que a criança esteja assintomática.

É importante que o enfermeiro investigue como ocorreu o episódio de intoxicação, a substância ingerida, a quantidade ingerida, há quanto tempo a substância foi ingerida e os sinais e sintomas iniciais. Além disso, deve verificar o uso de medicamentos, presença de distúrbios psiquiátricos e história de tentativas de suicídio, principalmente em adolescentes.

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analgesia

Avaliação clínica

A avaliação clínica inicial da criança tem o objetivo de identificar situações de risco eminente de morte. Dessa forma, a prioridade no exame físico é avaliar as condições respiratórias, a função cardiovascular e a presença de alterações neurológicas. Os cuidados iniciais de enfermagem são:

  • Verificação e monitorização dos sinais vitais e oximetria de pulso;
  • Avaliação do nível de consciência e reatividade das pupilas;
  • Verificação da glicemia capilar;
  • Punção de acesso venoso calibroso, manutenção das vias aéreas abertas e auxílio na intubação orotraqueal (IOT), se necessário. 

Após a estabilização clínica da criança, a equipe deve considerar a realização da descontaminação gástrica. Esse procedimento pode envolver duas etapas: a lavagem gástrica e o uso do carvão ativado, se o episódio de intoxicação tiver ocorrido há duas horas, no máximo. Em algumas intoxicações, pode-se utilizar antídoto, de preferência dentro de 8 a 10 horas do ocorrido. Medidas de suporte devem ser realizadas de acordo com cada caso de intoxicação como aquecimento do paciente, reposição volêmica, manejo das alterações neurológicas, oxigênio suplementar, etc. 

Saiba mais: Coma por intoxicação: Como suspeitar? Como proceder?

Por fim, toda criança vítima de intoxicação exógena, mesmo que assintomática, deve ficar em observação, por um período de 6 horas no mínimo, em unidade hospitalar, podendo ter alta, caso permaneça assintomática.

É necessário que a equipe de saúde entre em contato com o Centro de Intoxicação para obter esclarecimentos acerca da substância tóxica, bem como orientações sobre a conduta terapêutica em cada caso.

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Referências:

  • Silva CAM, et al. Intoxicações agudas por medicamentos de uso comum em pediatria. Guia Prático de Atualização, Departamento Científico de Toxicologia, nº01, fev, 2018.
  • Olson KR. Manual de Toxicologia Clínica. 6ª ed, Artmed; Porto Alegre, 2014.
  • Kliegman RM. Nelson Textbook of Pediatrics. 20th ed: Elsevier; Nova Iorque, 2016.

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