Leite de mães usuárias de maconha pode conter componentes da droga

Um estudo revela que componentes da marijuana podem ser transferidos para o leite, mesmo com alguns dias de diferença entre o uso e a amamentação.

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A Organização Mundial de Saúde recomenda que mães amamentem seus filhos exclusivamente com leite materno nos seis primeiros meses a partir do nascimento, pois a substância é essencial para o fortalecimento da criança. No entanto, a saúde da lactante influencia muito na do recém-nascido e o uso de entorpecentes pode prejudicar o bem-estar infantil. Um estudo da Universidade da Califórnia, publicado na revista Pediatrics, revela que componentes da marijuana podem ser transferidos para o leite, mesmo com alguns dias de diferença entre o uso e a amamentação.

Conforme demonstra uma pesquisa realizada com 50 lactantes entre 2014 e 2017, foram encontrados traços de Tetraidrocanabinol (∆9-THC), principal componente psicoativo da maconha, em 63% das amostras coletadas em mães que usaram a droga há mais de seis dias. A média de concentração do THC foi de 9,7 ng/mL (alcance: 1.01–323.00). Cinco amostras apresentaram níveis de 11-hydroxy-Δ-9-tetraidrocanabinol (alcance: 1.33–12.80 ng/mL) ou canabidiol (alcance: 1.32–8.56 ng/mL). Em nenhum exemplar foi encontrado resquícios de canabinol.

Leia mais: Amamentação e o risco de AVC e doença cardíaca

Cannabis

Riscos para o bebê

Apesar da pesquisa levantar o debate sobre o risco do uso de drogas, principalmente por mães em fase de amamentação, os resultados imediatos para os pequenos ainda é inconclusivo. O levantamento, porém, indica que uma amostra de uma mãe que fumou maconha uma vez por dia havia concentração de 105 ng/mL de ∆9-THC, em outra lactante que usou o entorpecente sete vezes por dia a concentração do psicoativo foi de 340 ng/mL. Nas fezes do filho foram encontrados vestígios de outros compostos (11-hydroxy-Δ-9-tetraidrocanabinol e Δ-9-carboxy-tetraidrocanabinol), indicando a absorção dos metabólitos pelo organismo da criança.

A alimentação com o leite materno é essencial para o crescimento dos recém-nascidos de forma saudável. A qualidade da amamentação evita diversas doenças na infância, além de fortalecer o organismo do bebê. Pensando nisso, em 1990, foram criados os “10 pilares do aleitamento materno“, elaborados pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança .

Dez passos para o sucesso do aleitamento materno:

  1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.
  2. Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar essa norma.
  3.  Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento.
  4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento.
  5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
  6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico.
  7. Praticar o alojamento conjunto, ou seja, permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.
  8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda.
  9.  Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio.
  10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, aos quais as mães deverão ser encaminhadas por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.

Referências:

Marijuana Use by Breastfeeding Mothers and Cannabinoid Concentrations in Breast Milk
Kerri A. BertrandNathan J. HananGordon Honerkamp-SmithBrookie M. BestChristina D. Chambers

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