Lesões de pele em decorrência da Covid-19 não devem ser ignoradas, alerta estudo

Em estudo, os pesquisadores avaliaram o diagnóstico de lesões de pele na Covid-19. Veja os principais resultados.

Segundo pesquisadores do King ‘s College London, no Reino Unido, mais de 50 efeitos foram associados à Covid-19 desde o início da pandemia, mas o aparecimento de lesões na pele não pode mais ser ignorado.

Esse efeito deve servir como um sinal de alerta antecipado para os médicos ou ainda o único sinal clínico ao longo da infecção inteira dos pacientes.

Em um estudo com base em informações coletadas de 336. 847 usuários do Reino Unido do aplicativo Covid Symptom Study, os pesquisadores avaliaram  o diagnóstico de erupção cutânea na infecção pelo novo coronavírus, além de  dados de uma pesquisa online independente de 11.544 entrevistados para investigar esses sintomas específicos e coletar suas imagens.

Como resultado, 17% das pessoas que testaram positivo apontaram que erupções na pele foram as primeiras de diversas manifestações, e 21% afirmaram que as lesões foram os únicos sinais clínicos da Covid-19.

A relação entre manifestações dermatológicas e a Covid-19 chamou a atenção dos médicos logo no início da pandemia. Já em março de 2020, profissionais de saúde de um hospital na região italiana da Lombardia identificaram o surgimento desses sinais em 20% dos pacientes atendidos.

Como ainda há muitas dúvidas ainda sobre causas, tratamentos e possíveis efeitos, os pesquisadores do King’s College London se associaram à Associação Britânica de Dermatologistas para montar um banco de imagens online com o objetivo de ampliar a compreensão sobre a doença e informar profissionais de saúde e a população em geral.

Esse banco de imagens divide as fotos de manifestações associadas à Covid em oito grupos.

  • Eritema pérnio (dedos de Covid);
  • Eczema no tórax e pescoço;
  • Manifestações bucais;
  • Pápula e vesícula;
  • Pitiríase rósea;
  • Púrpura;
  • Urticária;
  • Exantema viral.

Saiba mais: A utilização da ECMO na Covid-19: direto ao ponto

Lesões de pele na Covid-19

Erupções na pele como sinal de alerta para a Covid-19

A dúvida sobre a duração das manifestações está presente em todos os sinais ligados à chamada Covid longa (ou persistente).

O levantamento apontou que os três sinais mais comuns eram eritema papular, eritema vesicular, urticária e lesões acrais.

As manifestações, em geral, duram de cinco a 14 dias e são ligeiramente mais presentes em mulheres. Segundo especialistas, o mais provável é que não há apenas uma, mas diversas causas para diferentes grupos de pacientes.

Os outros quatro padrões identificados na Espanha foram:

– Lesões assimétricas, semelhantes a frieiras, ao redor das mãos e pés, que podem causar coceira ou dor. Geralmente, são encontradas em pacientes mais jovens, duraram, em média, 12 dias, apareceram mais tarde no curso da enfermidade e foram associadas a infecções leves. Representaram 19% dos casos;

– Pequenas bolhas, muitas vezes acompanhadas de coceira, encontradas no torso e nos membros. Mais incidentes em pacientes de meia idade, duraram cerca de dez dias e apareceram antes de outros sinais. (9%);

– Áreas de pele rosadas ou brancas que pareciam comichões acompanhadas de coceira. Principalmente no corpo, mas às vezes nas palmas das mãos. (19%);

– Livedo esteve presente em 6% dos casos. A pele parecia vermelha ou azul, com um padrão semelhante ao de redes. Representa um sinal de má circulação sanguínea. Apareceu em pacientes mais idosos com doença grave.

Hoje, esses especialistas notaram que erupções vesiculares aparecem no início do ciclo da doença (15% antes de outros sinais) e os eritemas pérnio, que geralmente, aparecem tarde na evolução da doença (59% após outras manifestações), e os outros aparecem junto com os outros sintomas de Covid-19.

Orientações aos médicos

A complexidade do diagnóstico dificulta ainda mais a definição de tratamentos para essas lesões de pele na Covid-19. Mas, de modo geral, eles não devem variar muito além do que médicos já prescrevem em outras situações.

Os médicos devem alertar os seus pacientes para os riscos de automedicação e recomendar que todos com manifestações dermatológicas agudas busquem atendimento especializado o quanto antes.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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