Liberado o uso de dolutegravir para o tratamento do HIV em gestantes e mulheres que desejam engravidar

O Dolutegravir, juntamente com o Tenofovir e a Lamivudina, compõe o esquema de  escolha para o início da terapia antirretroviral (TARV).

Em 25 de janeiro de 2022 foi publicada pela Coordenação-geral de vigilância das infecções sexualmente transmissíveis do Ministério da Saúde uma nota informativa sobre as recomendações do uso de Dolutegravir (DTG) em gestantes e mulheres vivendo com HIV (MVHIV) em idade fértil, com intenção de engravidar.

Desde 2017, o DTG, juntamente com o Tenofovir e a Lamivudina, compõe o esquema de  escolha para o início da terapia antirretroviral (TARV) para todas as pessoas vivendo com HIV. Porém, em maio de 2018, a Organização mundial de saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a possível associação do uso de DTG no período periconcepcional com a ocorrência de defeitos no tubo neural, sendo feitas restrições ao uso dessa medicação em mulheres com potencial reprodutivo e no primeiro trimestre da gestação. Desde então, esta possibilidade foi amplamente investigada, tanto no Brasil quanto no exterior, sendo que esta associação foi refutada pelos estudos que se seguiram.

Leia também: Anvisa: Aprovadas duas novas opções de tratamento de bebês e crianças com HIV

Sendo assim, o Dolutegravir (DTG) passa a fazer parte do esquema inicial de escolha inclusive para gestante e mulheres que desejam engravidar. O esquema de TARV deve incluir a combinação de 2 Inibidores de transcriptase reversa nucleosídeos (ITRN) e um terceiro antirretroviral. A recomendação da dupla de ITRN é a coformulação Tenofovir com Lamivudina (TDF 300 mg + 3TC 300 mg) e o terceiro antirretroviral é o DTG (50 mg), todos por via oral, uma vez ao dia.

Liberado o uso de dolutegravir para o tratamento do HIV em gestantes e mulheres que desejam engravidar

Recomendações da nota informativa

No cenário da mulher que deseja engravidar ou da gestante no primeiro trimestre, deve-se informar que as últimas evidências científicas não confirmaram associação do uso do Dolutegravir (DTG) aos defeitos de tubo neural. A despeito disso, o profissional de saúde deve fornecer as informações de segurança de antirretrovirais na gestação e, após o esclarecimento e discussão, a mulher vivendo com HIV pode optar por esquemas de TARV alternativos, conforme as recomendações da nota informativa.

Saiba mais: Pneumocistose: corticoides trazem benefício no tratamento do paciente sem HIV?

Trocas de medicação podem trazer eventos adversos e piora de adesão, que se associam a escapes virais e, durante a gestação, aumentam o risco de transmissão vertical do HIV. Recomenda-se bastante cautela em trocas de ARV nesse cenário, que sejam restritas a situações excepcionais ou de escolha por decisão médico/paciente, com controle de carga viral precoce para avaliar controle viral.

Evidências relacionadas ao Raltegravir, medicamento da classe dos inibidores de integrase, indicam boa tolerância, rápida redução da carga viral do HIV (CV-HIV), segurança e efetividade para uso durante a gestação.

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.