Como no dia 4 de março foi comemorado o Dia Mundial da Obesidade, o Ministério da Saúde escolheu a data para alertar a população sobre a necessidade da adoção de hábitos saudáveis a fim de evitar o excesso de peso e as doenças desencadeadas pela obesidade.
Os números impressionam: 55,7% da população adulta do país apresenta excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018. Outro dado alarmante é que 7,7% da população adulta possui diabetes e 24,7%, hipertensão.
Por isso, é fundamental explicar aos pacientes a importância de cultivar a longo prazo hábitos saudáveis de alimentação para manter o peso adequado e prevenir enfermidades.
“A obesidade e as doenças crônicas relacionadas à alimentação são desafios globais e o seu controle e prevenção exigem a adoção de políticas urgentes”, ressalta a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini.
A data do Dia Mundial da Obesidade, antes celebrada em 11 de outubro, passa a ser lembrada no dia 4 de março, a partir deste ano.
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Obesidade no Brasil e no mundo
A obesidade é a segunda causa de morte evitável no mundo, perdendo somente para o tabaco. No Brasil, mais metade da população tem excesso de peso e mais de 40 milhões sofrem de obesidade.
Considerada uma doença crônica pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os pacientes obesos são alvo de estigmas e preconceitos por questões físicas, sem que sejam considerados possíveis portadores de várias comorbidades associadas ao excesso de peso.
“Muitas pessoas se preocupam apenas em emagrecer, muitas vezes por uma questão puramente estética, sem dar importância às graves consequências de se estar acima do peso. É preciso analisar com cuidado quais os riscos que o quadro do sobrepeso realmente traz para a saúde como um todo”, afirma a médica Maria Teresa Zanella, professora titular de Endocrinologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Compulsão alimentar
A obesidade, por si só, traz sérios riscos para a saúde e a ocorrência de episódios de compulsão alimentar compromete os resultados do tratamento. Por outro lado, entre as pessoas que se submetem a dietas restritivas para controle de peso, a incidência de compulsão alimentar aumentou significativamente.
“Quando se fala em tratamento para a obesidade, a tendência é associar o emagrecimento a uma mudança radical na alimentação. Porém, a obsessão pela obtenção de uma rápida perda de peso e a adoção de uma drástica restrição alimentar podem ocasionar quadros de compulsão, culminando no famoso ‘efeito sanfona’, em que o paciente emagrece muito rapidamente e logo depois retoma o ganho de peso”, complementa Maria Teresa Zanella.
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Diante disso, o tratamento mais adequado é focar, a princípio, em mudar hábitos e melhorar o comportamento em relação à comida e, assim, o emagrecimento virá como uma consequência.
“Ocorrem alterações no comportamento que indicam maior risco de desenvolver o transtorno da compulsão alimentar, sendo a falta de controle na ingestão de alguns alimentos uma das principais. Precisamos ficar mais atentos”, ressalta a endocrinologista.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas: