Mais Médicos: qual é o impacto da saída dos médicos cubanos?

Nas últimas semanas acompanhamos o desenrolar da saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos, após Cuba ordenar o retorno dos profissionais. Qual é o impacto desta saída?

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Nas últimas semanas acompanhamos o desenrolar da saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos, após o Governo de Cuba ordenar o retorno dos profissionais ao seu país de origem por causa de declarações de Jair Bolsonaro. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que os integrantes do programa teriam que passar pelo Revalida, exame no qual o diploma adquirido em universidades estrangeiras tivesse validade no Brasil. No entanto, tal necessidade foi descartada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro do ano passado.

O programa Mais Médicos contava com profissionais de saúde cubanos desde 2013 após uma parceria entre o governo de Cuba e o brasileiro, firmado pela então presidente Dilma Rousseff. O acordo previa o fornecimento de milhares de médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), que atuavam nos locais mais distantes onde a demanda por médicos era alta, porém quase não havia mão de obra interessada.

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Ainda é cedo para confirmar os efeitos imediatos da saída dos mais de 8.500 médicos cubanos do programa Mais Médicos, mas o periódico The Lancet publicou neste sábado (24 de novembro) uma matéria sobre os possíveis impactos para o sistema público de saúde do Brasil em decorrência do êxodo dos profissionais cubanos. A publicação destaca a atuação do programa Mais Médicos em áreas remotas no país, cujo acesso é árduo e há carência de serviços básicos como saneamento, segurança e assistência social e hospitalar de qualidade. De acordo com o periódico, o Mais Médicos atendia mais de 3600 municípios e mais de 113,3 milhões de pacientes.

Entre os mais atingidos estariam as comunidades indígenas, onde doenças como malária, dengue e tuberculose são comuns e mortais. Cerca de 300 médicos do programa Mais Médicos atendiam aproximadamente 75% de toda população indígena brasileira.

Apesar da abertura de edital para o Mais Médicos para preenchimento das 8.517 vagas deixadas pelos profissionais cubanos, o The Lancet argumenta que substituição dessa mão de obra não é tão rápida e simples e que a retomada do serviço de monitoramento de algumas doenças pode demorar, o que eventualmente poderia resultar em novos focos de epidemias.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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