A Academia Americana de Neurologia publicou novas diretrizes para o manejo da primeira convulsão. Entre as recomendações, estão evidências clínicas que questionam a abordagem expectante dos médicos.
Para definir as novas recomendações, pesquisadores analisaram 47 estudos com adultos que tiveram uma única convulsão, examinando as evidências para a probabilidade de recorrência, com o intuito de definir quando o médico deve optar por tratar o paciente.
As principais descobertas:
- O risco de recorrência é maior nos primeiros dois anos – entre 21 e 45 %;
- A probabilidade de uma segunda convulsão pode ser predita por certas variáveis clínicas. Pesquisadores encontram evidência razoável de que uma alteração cerebral anterior ou um EEG mostrando anormalidades epileptiformes, RM anormal ou imagem cerebral ou convulsões noturnas são todos bons preditores de uma duplicação do risco de recorrência nos primeiros dois anos;
- A probabilidade de melhora a longo prazo da qualidade de vida por tratamento imediato com drogas antiepilépticas não foi claramente maior;
- Optar por adiar o tratamento até que ocorra uma segunda convulsão não muda o resultado a longo prazo. Começar o tratamento imediatamente pode evitar a próxima convulsão.
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Tratar ou não?
Evidências sugerem que o tratamento com uma droga antiepiléptica basicamente reduz o risco de ter a próxima convulsão pela metade. Como nunca há 100% de probabilidade de recorrência, outros fatores (trauma, desejo do paciente, história) irão desempenhar um papel importante na decisão de se tratar ou não tratar estes pacientes.
É de responsabilidade do médico explicar os riscos e benefícios para seu paciente, e eles, como uma equipe, podem chegar a uma decisão sobre se o tratamento é aconselhável.
Referências:
- Neurology Today: 7 May 2015 – Volume 15 – Issue 9 – pp 1,26–29. DOI: 10.1097/01.NT.0000465858.86412.88