Manejo de intoxicações agudas: monóxido de carbono

A intoxicação por monóxido de carbono (CO), uma causa importante de mortalidade, é tratada nesse artigo. Veja sobre.

A intoxicação por monóxido de carbono (CO), nos Estados Unidos, é responsável por mais de 20.000 atendimentos no departamento de emergência anualmente, sendo uma causa importante de mortalidade. A fisiopatologia relacionada à intoxicação decorre da formação da carboxihemoglobina (COHb), que se liga de forma irreversível ao componente ferro da hemoglobina, reduzindo a capacidade de transporte de O2 aos tecidos. Promove ainda vasoespasmo coronariano e cerebral, prejudica a síntese de ATP, produz dano oxidativo e anemia hemolítica profunda. 

A intoxicação por monóxido de carbono (CO), uma causa importante de mortalidade, é tratada nesse artigo. Veja sobre.

Principais fontes de intoxicação por monóxido de carbono (CO)  

 As principais fontes de monóxido de carbono (CO) são: combustão incompleta com ventilação inadequada em ambientes confinados, churrasqueiras indoors, bloqueio de chaminés, inalação da fumaça do cigarro, fogões (elétricos ou à lenha) para aquecimento do ambiente (especialmente em lugares com clima frio), exaustor de veículos, entre outros. Vale ressaltar que a meia vida do CO em ar ambiente é de 2 a 3 horas. 

Quadro Clínico 

Quanto ao quadro clínico, lembrar que o sintoma mais comum é a cefaleia e vários outros sintomas produzidos pela intoxicação podem mimetizar outros diagnósticos. Acompanhe agora os principais sintomas:  

    • Intoxicação aguda por CO: cefaleia, náuseas e vômitos, vertigem, síncope, confusão mental, convulsões, isquemia miocárdica, arritmias e até mesmo parada respiratória; 
    • Intoxicação crônica por CO: disfunção cognitiva, parkinsonismo, tremores, alterações de personalidade, psicose, demência, incontinência. 

 

Figura 1: Alvos terapêuticos atuais e futuros na intoxicação por CO.  Disponível em Rose JJ, Wang L, Xu Q, et al. Carbon Monoxide Poisoning: Pathogenesis, Management, and Future Directions of Therapy. Am J Respir Crit Care Med. 2017;195(5):596-606. doi:10.1164/rccm.201606-1275CI

Diagnóstico da intoxicação por monóxido de carbono

O padrão-ouro para o diagnóstico é a mensuração da co oximetria. O valor normal fica entre 0 a 2% em indivíduos não fumantes. A suspeita clínica para esses casos deve aumentar quando o quadro clínico for de início súbito, presença de cefaleia e melhora dos sintomas quando o paciente está longe de casa, piorando quando retorna ou aos finais de semana. Além disso, o adoecimento de grupos de pessoas em comum ou início de sintomas conforme estação do ano, principalmente em períodos de frio, podem ser indícios sugestivos de intoxicação pelo CO.   

Tratamento 

O tratamento desses casos envolve fornecimento de oxigênio a 100%, inicialmente por 60 a 90 minutos. Um dos pilares do tratamento de casos mais graves é a oxigenioterapia hiperbárica, com fornecimento de O2 a 100% com pressão de 3 ATM. 

A terapia com oxigenioterapia hiperbárica é fortemente recomendada em pacientes intoxicados por CO que apresentem sintomas neurológicos (alteração do estado mental, déficit neurológico focal, convulsões), gestantes com níveis de COHb > 15% e história de perda de consciência. 

Mensagens Práticas 

    •  Nos casos de intoxicação por monóxido de carbono, lembrar que sintomas se intensificam em estações mais frias do ano. Geralmente, se apresenta com acometimento de múltiplos pacientes; 
    • Trata-se de uma das intoxicações mais comuns, sem um antídoto específico disponível; 
    • A fisiopatologia da intoxicação pelo CO envolve a redução da oferta global de oxigênio e a inibição da respiração celular nas mitocôndrias; 
    • Vários sobreviventes a esse tipo de intoxicação são acometidos por maior morbimortalidade a longo prazo; 
    • A oxigenioterapia hiperbárica é segura e deve ter benefícios a longo prazo.

 

Referências bibliográficas: 

  • Rose JJ, Wang L, Xu Q, et al. Carbon Monoxide Poisoning: Pathogenesis, Management, and Future Directions of Therapy [published correction appears in Am J Respir Crit Care Med. 2017 Aug 1;196 (3):398-399]. Am J Respir Crit Care Med. 2017;195(5):596-606. doi:10.1164/rccm.201606-1275CI

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