Máscaras PFF2 e PFF3: proteja-se na sua prática clínica

A nomenclatura PFF diz respeito à “peça facial filtrante” e, no Brasil, existem três tipos: PFF1, PFF2 e PFF3.

Em 11 de Março de 2020, a OMS definiu a Covid-19 como pandemia e quase completando dois anos, ainda não temos previsão do seu término. Com mais de 18 milhões de casos e 500 mil mortes no Brasil, o uso de máscaras mantém-se como peça preventiva fundamental.

PFF2

Uso de proteção respiratória na clínica: ainda é necessário? 

Um estudo realizado pela equipe da Universidade de Cambridge e de seus hospitais associados, avaliou a diferença de contaminação pelo Sars-Cov-2 entre os profissionais que cuidavam de pacientes com Covid-19 e os que não cuidavam.  

Antes da pesquisa ser iniciada, todos os profissionais utilizavam máscaras cirúrgicas resistentes à fluidos do tipo IIR (FRSMs) como equipamento de proteção individual e as máscaras PFF3 eram recomendadas apenas em procedimentos com geração de aerossol. Com essa rotina, os profissionais da ala Covid-19 tinham um risco de infecção 47 vezes maior que os profissionais que não cuidavam de pacientes com a infecção viral.  

Dessa forma, a orientação foi modificada para que todos os profissionais que lidavam com pacientes infectados pelo Sars-Cov2 utilizassem máscaras PFF3 e, com isso, o número de profissionais acometidos pela doença na ala Covid-19 se tornou semelhante ao da ala não Covid-19. Ou seja, essa contaminação era provavelmente comunitária, o que significa que as máscaras PFF3 conferiam praticamente 100% de proteção e as máscaras cirúrgicas eram insuficientes. Embora seja um estudo pequeno, suas descobertas enfatizam a importância do uso de proteção respiratória.

Contágio via aerossóis: como se proteger dele? 

O Sars-Cov-2 é disseminado pelo ambiente através de partículas que são expelidas pelo trato respiratório superior da pessoa infectada (pela fala, tosse e espirro, por exemplo) e quanto maior a força exalada, maior o número de partículas são expelidas. A maior parte dessas partículas tem diâmetro menor que 10 micrometros e são denominadas aerossóis. Os aerossóis são capazes de se manter em suspensão por mais tempo, o que aumenta as chances de contaminação, principalmente em ambientes fechados, sem ventilação e com proximidade de pessoas. Além disso, muitas evidências apontam que o coronavírus também se transmite por gotículas, as quais não chegam em distâncias maiores que 1,5/2 metros. 

Para proteção contra aerossóis as máscaras PFF são as ideais. Entretanto, conforme exposto, todas as máscaras diminuem a quantidade de gotículas que vão para o ambiente, mesmo as mais simples. Para aumentar a capacidade de filtragem de máscaras mais simples o que pode ser feito é utilizar duas de pano com dupla camada cada, ou uma de pano e uma cirúrgica por períodos de no máximo quatro horas.

Máscaras PFF e elastométricas: o que são? 

As máscaras devem funcionar como uma dupla barreira, impedindo tanto a dispersão, quanto a aspiração de partículas. A nomenclatura PFF diz respeito à “peça facial filtrante” e, no Brasil, existem três tipos: PFF1, PFF2 e PFF3. Tal numeração diz respeito à capacidade de filtragem de partículas do ambiente pela máscara.  

  • PFF1: filtra 80% das partículas. 
  • PFF2: filtra 94% das partículas. (Obs.: N-95 é denominação americana, filtrando 95% das partículas, tendo papel equivalente à PFF2).
  • PFF3: filtra 99% das partículas.

As máscaras PFF possuem, além da trama filtrante, propriedades eletroestáticas que potencializam o poder de retenção das partículas. Vale destacar também que os modelos com válvulas não são recomendados, pois apenas filtram o ar aspirado, não tratando o ar expirado. Dessa forma, há eliminação de grande quantidade de partículas no ambiente e, se utilizadas por alguém doente, pode infectar outras pessoas.

Leia também: Análise da saturação de oxigênio em idosos utilizando máscaras faciais

Além de oferecer maior proteção contra aerossóis, as máscaras PFF possuem maior durabilidade, podendo ser utilizadas por até 8 horas sem necessidade de troca. A PFF2 pode ser utilizada, inclusive, mais de uma vez desde que após seu uso ela seja deixada em ambiente arejado, de preferência com Sol, por até três dias antes de reutilizá-la. Dessa maneira, seria possível usá-la por até um mês.

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