Medicina Baseada em Evidências: como não afundar no oceano de informações?

A 7 edição da Revista PEBMED será sobre Medicina Baseada em Evidências. Aqui, mapeamos os caminhos confiáveis para encontrar respostas.

Durante a rotina diária nos plantões, o médico se depara com uma média de cinco perguntas clínicas a cada oito horas. Responder essas perguntas é um desafio que faz parte da abordagem ao paciente. Antigamente, era difícil ter acesso a determinados conteúdos. Hoje, com as facilidades da internet, temos um oceano de informações a poucos cliques, em tempo real.  É necessário olhar crítico na hora de buscar respostas baseadas em evidências para nossas perguntas clínicas estruturadas, já que nem sempre estaremos diante de informações de boa qualidade e sem vieses.

A abordagem tradicional feita por muitos profissionais para busca de evidências tem sido usar grandes bancos de dados, como PubMed ou EMBASE. Estes contêm milhões de artigos relevantes, mas também há muito conteúdo de pouca qualidade. A sobrecarga de informações dificultou seguir este caminho.  Outra abordagem popular é buscar no tão aclamado Google. Infelizmente, apesar da facilidade de manuseio, pela falta de transparência nos algoritmos, o Google não é considerado uma ferramenta confiável.

A nova edição da Revista PEBMED trará tudo o que o médico precisa saber sobre a Medicina Baseada em Evidências e, como forma de te deixar por dentro do que ela abordará, vamos trazer, ao longo da semana, um pouco dos principais temas. Neste artigo, mapeamos os caminhos confiáveis para desenvolvermos a busca por respostas, sem afundarmos em evidências duvidosas.

Pirâmide de evidências: a bússola da Medicina Baseada em Evidências (MBE)

Um passo inicial na busca por respostas é entender a hierarquia das evidências. A seguir, traremos a Pirâmide 6S da Medicina Baseada em Evidências, que tem como propósito nos guiar no momento da pesquisa. Nesta, a capacidade de uma evidência para guiar a ação clínica aumenta em direção ao topo.   Os tópicos se tornam mais específicos nos níveis mais baixos da pirâmide.

Adaptado de: DiCenso, Bayley and Haynes (2009). ACP Journal Club. Editorial: Accessing pre-appraised evidence: Fine-tuning the 5S model into a 6S model. Annals of Internal Medicine, 151(6):JC3-2, JC3-3.

Dicas para praticar MBE

Para concluir, traremos algumas dicas de ordem prática para praticar MBE, usando como base uma ótima bibliografia para quem se interessa pelo tema (Users’ guides to the medical literature: a manual for evidence-based clinical practice):

1) Busque os recursos que estão acessíveis a você.

Durante o texto, citamos várias fontes de MBE em vários níveis da pirâmide. Identifique quais você tem acesso, seja no seu computador pessoal, ou na sua universidade. Muitas Universidades no Brasil, por exemplo, têm acesso ao Portal Capes, onde conseguimos encontrar vários artigos que seriam pagos.

2) Escolha quais recursos você gostaria de explorar, de acordo com suas necessidades de informação e os critérios discutidos. 

Vale a pena favoritar na sua barra de ferramentas no computador quais recursos você gostaria de acessar no dia a dia de pesquisas.

3) Salve as senhas para acesso automático. 

Descubra se você pode obter acesso remoto de sua instituição e salve as senhas para que o acesso seja automático.

4) Inscreva-se em um sistema de alerta por e-mail para evidências recém-publicadas em artigos na sua área de interesse. 

Conte com o Portal PEBMED para te dar suporte neste desafio!

5) Registre suas perguntas no dia a dia e foque no estudo partindo das necessidades do paciente para a literatura.

Lembre-se de que a aquisição de uma evidência é apenas o 3º passo da Prática Clinica Baseada em Evidências, pois antes de buscar um conteúdo, temos que identificar as reais necessidades de informações no cuidado dos nossos pacientes. Além disso, precisamos formular as perguntas estruturadas que vão nos ajudar a ter o foco apropriado no mar de evidências que temos disponíveis.

Para saber entender melhor como utilizar a pirâmide de evidências e conhecer os papéis do Google e das meta-pesquisas na prática clínica, acesse o texto completo na nossa revista! O lançamento será no dia 25/01!

Confira outros temas abordados na revista:

Referências bibliográficas:

  • Graber MA, Randles BD, Ely JW, Monnahan J. Answering clinical questions in the ED. Am J Emerg Med. 2008;26(2):144-147.
  • Gabriel Rada, What is the best evidence and how to find it. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/info/us/toolkit/discuss-ebm/what-is-the-best-evidence-and-how-to-find-it/
  • Finding current best evidence. In: Guyatt  G , Rennie  D , Meade  MO , et al . eds. Users’ guides to the medical literature: a manual for evidence-based clinical practice. 3rd edn. New York, NY: McGraw-Hill, 2015:29–50.
  • Murad MH, Asi N, Alsawas M, et al. New evidence pyramid. BMJ Evidence-Based Medicine 2016;21:125-127.
  • Robeson P, Dobbins M, DeCorby K, Tirilis D. Facilitating access to pre-processed research evidence in public health. BMC Public Health. 2010;10:95. Published 2010 Feb 24. doi:10.1186/1471-2458-10-95
  • DiCenso A, Bayley L, Haynes RB. Accessing pre-appraised evidence: fine-tuning the 5S model into a 6S model. Evidence-Based Nursing 2009;12:99-101.

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