Menopausa associada a alto risco de doença cardiovascular calculado através do escore de Framingham

Segundo a OMS, a principal causa de morte nas mulheres ao redor do mundo é devido à doença cardiovascular. O risco pode aumentar na menopausa.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2018) a principal causa de morte nas mulheres ao redor do mundo é devido à doença cardiovascular (DCV). Apesar da mortalidade devido DCV em ambos os sexos terem caído nas últimas três décadas, em mulheres com menos de 55 anos não houve mudança alguma (PRICE, 2021).

Identificar fatores de risco e possíveis medidas preventivas de DCV em mulheres jovens tornou-se um objetivo para melhorar a assistência prestada a esse grupo (HUMPHRIES, 2017).

estetoscópio ao lado de ECG de doença cardiovascular em mulher com menopausa

Menopausa e risco de doença cardiovascular

Price (2021) publicou um estudo no Journal of North American Menopause Society sobre o alto risco cardiovascular, de acordo com o escore de Framingham, nas mulheres com menopausa precoce ou cirúrgica. É um estudo de coorte abrangente utilizando dados da Canadian Longitudinal Study on Aging. Foram selecionadas mulheres de sete províncias canadenses, entre 45 e 85 anos, todas na pós menopausa e sem DCV prévia.

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Dados antigos das pacientes foram utilizados para avaliar os sintomas pós menopausa e o escore de risco de Framingham (ERF). Os pesquisadores compararam 10.090 mulheres com menopausa natural, precoce e cirúrgica. Foi levado em consideração idade, escolaridade, província de residência e uso de terapia de reposição hormonal (TRH). Dessas pacientes 11% tiveram menopausa natural precoce e 19% menopausa cirúrgica. A TRH foi realizada em 42% das mulheres, principalmente nas que tiveram menopausa cirúrgica (59,2%).

O estudo realizado por Price (2021) tem um diferencial importante dos demais estudos realizados com o mesmo objetivo, pois neste os pesquisadores excluíram as mulheres com alto risco cardiovascular, segundo o ERF, previamente a histerectomia ampliada ou ooforectomia ou menopausa precoce, o que era um viés nos estudos anteriores.

Conclusões

Segundo Price (2021), a menopausa cirúrgica aumenta o risco de DCV de acordo com a ERF, sendo necessário a conscientização dos cirurgiões para realizar ooforectomia apenas nas pacientes com critérios para tal procedimento.

A menopausa natural antes dos 45 anos de idade também eleva o risco de DCV, sendo necessário que os ginecologistas, clínicos gerais e/ou médicos da família reconheçam essas pacientes e promovam medidas de prevenção da DCV. E sempre que necessário, solicitar avaliação e conduta do cardiologista para um trabalho multidisciplinar, promovendo benefícios para as pacientes, e assim, diminuindo morbidade e mortalidade das mulheres devido à DCV.

Referências bibliográficas:

  • Price MA, Alvarado BE, Rosendaal NTA, Câmara SMA, Pirkle CM, Velez MP. Early and surgical menopause associated with higher Framingham Risk Scores for cardiovascular disease in the Canadian Longitudinal Study on Aging. Menopause. 2021 Jan 4;28(5):484-490. doi: 10.1097/GME.0000000000001729. PMID: 33399323; PMCID: PMC8284368.
  • Global Health Estimates 2016: disease burden by cause, age, sex, by country and by region, 2000-2016. Geneva: World Health Organization; 2018.
  • Humphries KH, Izadnegahdar M, Sedlak T, et al. Sex differences in cardiovascular disease—impact on care and outcomes. Front Neuro-endocrinol 2017;46:46-70.

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