Metade dos pais não vacinou os filhos contra a doença meningocócica durante a pandemia

Metade dos pais adiou ou faltou à data prevista para nova dose de vacina contra a doença meningocócica de seus filhos durante a pandemia.

Metade dos pais adiou ou faltou à data prevista para nova dose de vacina contra a doença meningocócica de seus filhos durante a pandemia. É o que aponta uma pesquisa da Ipsos encomendada pela farmacêutica GSK.

Segundo o levantamento realizado de forma online entre 19 de janeiro e 16 de fevereiro de 2021, com 4.962 entrevistados de oito diferentes países, os três principais motivos para o adiamento ou falta à vacinação dos filhos apontados por 50% dos pais pesquisados foram as medidas de isolamento (63%), a preocupação de contrair a Covid-19 em locais públicos (33%) e a necessidade de cuidar de alguém contaminado com o novo coronavírus, como um membro da família ou eles próprios (20%).

A maioria dos pais (95%) também afirmou que seus filhos irão retomar pelo menos uma atividade que envolva contato próximo com outras pessoas quando as restrições forem suspensas, sendo que 76% das crianças e adolescentes irão interagir com grupos de familiares ou amigos presencialmente.

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Metade dos pais não vacinou os filhos contra a doença meningocócica durante a pandemia

No Brasil

No Brasil, 57% dos entrevistados declararam ter desistido ou adiado algum compromisso ou consulta de saúde dos filhos durante a pandemia, porcentual acima dos 46% da média geral da pesquisa.

No entanto, quando se trata especificamente de vacinação contra meningite meningocócica, eles foram tão propensos a faltar ou atrasar alguma dose do esquema vacinal quanto os demais participantes (50%).

Um diferencial dos pais brasileiros é que estes têm maior probabilidade de recuperar a situação de abandono vacinal, com 76% dos entrevistados afirmando que é provável que atualizem o calendário vacinal dos filhos assim que as restrições forem suspensas – contra 66% na média dos oito países pesquisados.

A pesquisa ainda concluiu que mais de três quartos dos pais e responsáveis legais (77%) pretendem reagendar a vacinação contra meningite de seus filhos. Ao contrário desse grupo, porém, 21% disseram que não agendarão novamente essa vacinação, com a maioria desses pais (11%) justificando a posição pelo medo, ainda presente, de contrair Covid-19 em espaços públicos.

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“Embora a pandemia de Covid-19 continue a ter um impacto em nossas comunidades e sistemas de saúde, as autoridades, incluindo a Organização Mundial da Saúde, recomendam que as vacinas de rotina continuem a ser administradas. Agora que medidas apropriadas estão sendo tomadas para garantir um retorno seguro aos postos de saúde e clínicas privadas, é hora de todos nós começarmos a pensar sobre as vacinas relevantes e recomendadas que os familiares sob nossos cuidados podem ter perdido o prazo ou precisam agora” declarou Alejandro Lepetic, diretor médico de vacinas da GSK Brasil.

Sobre a doença meningocócica

A doença meningocócica ou meningite é a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal (as meninges), podendo ter origem infecciosa e assim, ser causada por vírus, bactérias, fungos, parasitas.

A depender do agente etiológico, pode ter rápida evolução, principalmente entre crianças e adolescentes, mesmo quando diagnosticada corretamente. Apresenta uma taxa de mortalidade de 5% a 10%, entre o tempo de 24 a 48 horas após os primeiros sintomas. Sem tratamento, esse cenário sobe para 50%.

No Brasil, a enfermidade é considerada endêmica, ocasionalmente com surtos ou epidemias. As meningites bacterianas são mais comuns no outono-inverno e as virais na primavera-verão.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,2 milhões de casos e 135 mil óbitos por meningite ocorram no mundo anualmente. No Brasil, as três principais causas: a Neisseria meningitidis, o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae são responsáveis pela doença, com cerca de dois casos a cada 100 mil habitantes, tendo uma alta letalidade (podendo chegar a quase 50%).

Recomendação aos médicos

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em média, mais de 95% dos vacinados ficam protegidos. Mas a proteção das vacinas conjugadas (meningocócica C e ACWY) não dura toda a vida. Daí a importância das doses de reforço conforme as recomendações da SBIm e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Portanto, a vacinação atrasada deve ser regularizada o mais rapidamente possível, desde que não haja contraindicação.

Vale ressaltar que os pediatras devem alertar aos pais e responsáveis legais que a doença meningocócica é uma importante causa de mortalidade e sequelas graves em crianças e adolescentes, sendo essencial fazer uso de todas as medidas necessárias para evitá-la.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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