Métodos de pesquisa das larvas de Strongyloides stercoralis nas fezes

Conheça quais são os métodos de pesquisa de identificação das larvas de Strongyloides stercoralis nas fezes.

Primariamente, a observação direta dos vários tipos de parasitas intestinais pode ser feita por meio de alguns métodos de rotina utilizados para a pesquisa de protozoários (cistos, oocistos e trofozoítos) e helmintos (ovos e larvas).

A análise microscópica de preparações “a fresco” de fezes, aliada a um método de concentração (ex.: Hoffman, Faust, Willis etc.) e de coloração permanente (ex.: Hematoxilina Férrica, Tricomo de Wheatley), é suficiente para o diagnóstico da maioria das parasitoses humanas. Portanto, com algumas variações, é o mínimo recomendado para uma pesquisa inicial desses patógenos, no exame parasitológico de fezes (EPF).

Entretanto, para a identificação de alguns tipos de parasitas intestinais e de suas formas evolutivas, é necessário o emprego de técnicas especiais específicas, já que os métodos de rotina empregados pelos laboratórios clínicos podem não ser capazes de recuperá-los satisfatoriamente.

Leia mais artigos do autor

Métodos de pesquisa das larvas de Strongyloides stercoralis

Os métodos para pesquisa das larvas de Strongyloides stercoralis

A metodologia original, descrita em 1917 por Baermann, foi concebida para a pesquisa de larvas de nematoides no solo. Posteriormente modificada e adaptada por Moraes para o uso em fezes humanas, passou a ser chamada de Baermann-Moraes. Já em 1954, Rugai, Mattos e Brisola simplificaram ainda mais a técnica de Baermann-Moraes, tornando-se uma variante dela.

Ambas as técnicas são fundamentadas no princípio do termohidrotropismo positivo das larvas dos nematódeos, como a dos ancilostomídeos (Necator americanus e Ancilostoma duodenale) e do Strongyloides stercoralis. O princípio leva em consideração que as larvas dos nematódeos são atraídas por temperaturas mais “mornas” (até um certo limite) e pela água (umidade), migrando ativa e facilmente para esses locais, sedimentando-se no fundo do recipiente utilizado (“cálice de sedimentação”) pela força gravitacional.

Conclusão

Para a maioria das parasitoses humanas, as metodologias e procedimentos empregados de rotina são satisfatórias para o diagnóstico etiológico dessas patologias. Quando da suspeita de determinados agentes, no caso para a pesquisa de larvas do Strongyloides stercoralis (causador da Estrongiloidíase) e de ancilostomídeos, se faz necessária a especificação explícita dessa suspeita diagnóstica (ou dos métodos) no pedido médico.

Dessa forma, o laboratório clínico pode lançar mão de vários recursos especiais, realizando os procedimentos mais adequados para a identificação do patógeno, aumentando de sobremaneira a probabilidade do diagnóstico.

Referências Bibliográficas:

  • De Carli, GA. Parasitolologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo, SP; Atheneu; 2001.
  • Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & Demott Laboratory Test Handbook with Key Word Index, 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp, Inc; 2001.
  • McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry’s Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
  • Rugai E, Mattos T, Brisola A. Nova técnica para isolar larvas de nematóides das fezes – modificação do método de Baermann. Revista do Instituto Adolfo Lutz 14: 5-8, 1954.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.