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Desde a década de 1970 surgiram diversos métodos e drogas, como o misoprostol, como alternativa para o aborto cirúrgico realizado até então e, com o passar dos anos, muitos estudos mostraram a possibilidade de uso de diferentes doses, vias e intervalos de administração, mostrando segurança e eficácia de seu uso em várias revisões da Cochrane.
Entretanto, em alguns casos essas interrupções de gestação não obtêm o sucesso total desejado, permanecendo a paciente ainda com restos ovulares na cavidade endometrial. Até agora, segundo consenso da FEBRASGO, restos ovulares com medidas acima de 12 milímetros com vascularização ao doppler deveriam passar por abordagem para esvaziamento da cavidade endometrial, sob risco de evoluir para quadros de sangramento persistente ou infecção.
Um estudo randomizado controlado publicado no American Journal of Obstetrics and Gynaecology em 22 de junho deste ano reviu a possibilidade de tratamento clínico expectante para essas pacientes.
Em um centro médico universitário de Israel, pacientes submetidas ao aborto no primeiro trimestre foram acompanhadas durante três semanas de tratamento em cada braço randomizado (de duas a seis semanas tratamento total).
As pacientes foram randomizadas em um grupo que recebeu 800 microgramas de misoprostol administrado sublingual versus outro grupo com conduta expectante. Todas as pacientes apresentavam material endometrial com espessura maior que 12 mm (12-20 mm) com fluxo presente ao doppler. Os grupos não apresentaram diferenças demográficas entre si. A medida do endométrio ao USG foi de 20 mm em média também em ambos os grupos. Não houveram efeitos adversos significativos nos dois grupos. O tratamento médico bem sucedido com misoprostol foi observado em 61,8% dos casos (42/68) e em 57,1% das pacientes com conduta expectante perfazendo um RR de 1,12 (IC 95% ; 0,74 – 1,70; P= 0,590)
Conclui-se que não há vantagem clinicamente significativa para o tratamento médico com misoprostol em comparação com o manejo expectante após a interrupção médica da gravidez no primeiro trimestre em mulheres com suspeita de retenção de produtos da concepção. A intervenção cirúrgica pode ser evitada em até 60% das mulheres que são tratadas podendo-se acompanhar ao longo de oito semanas após o procedimento.
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