NeurologiaABR 2022

Neurotecnologia: Software de análise facial ajuda a rastrear a doença de Parkinson (DP)

Um estudo avaliou um novo software de análise facial que pode distinguir pessoas com DP de controles saudáveis ​​com precisão superior a 95%.

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Por Felipe Resende Nobrega
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Uma ferramenta promissora no “kit” dos médicos. Essa tem a capacidade de sentir um leve enfraquecimento de um passo, uma pequena assimetria no balanço dos braços, uma diminuição sutil na velocidade do toque dos dedos. Tais observações são a chave para o diagnóstico clínico precoce, principalmente em doenças sem biomarcadores validados, como a doença de Parkinson (DP).

Mesmo em um país próspero como os Estados Unidos, existem dezenas de milhares, talvez centenas de milhares, de pessoas em risco ou nos estágios iniciais de DP sem acesso imediato a um neurologista; em todo o mundo, a lacuna entre necessidade e acesso é muito maior.

dp

Nova tecnologia

As ferramentas de triagem assistida por computador têm o potencial de preencher parcialmente essa lacuna, um software de análise facial pode distinguir pessoas com DP de controles saudáveis ​​com precisão superior a 95%, trabalhando apenas com três vídeos curtos de indivíduos demonstrando surpresa, repulsa e sorriso. O software faz parte de um conjunto de ferramentas para análise remota de DP, incluindo análise de vídeo de tarefas motoras e análise de áudio da fala.

O objetivo é permitir uma triagem, disponível a qualquer hora, em qualquer lugar, para que qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, possa acessar um site e realizar um subconjunto das tarefas da United Parkinson’s Disease Rating Scale e desta forma obter imediatamente uma referência se seus resultados indicam uma alta probabilidade de DP.

O software RASTREIA não fornece um diagnóstico.  Não há como garantir que o algoritmo seja 100% preciso, porém, ele é capaz de detectar diferenças sutis que o olho humano mais treinado não é capaz.

Pode acreditar: Uma simples webcam ou smartphone, mesmo com pouca luz, fornece todas as informações de que o sistema precisa.

Leia também: A atividade física está associada a menor mortalidade entre pessoas com doença de Parkinson

Estudo

No estudo, publicado na revista npj Digital Medicine, afiliada à  Nature, os pesquisadores enviaram e analisaram vídeos de 61 indivíduos com DP e 543 controles correspondentes. Os participantes foram solicitados a fazer três expressões faciais – surpresa, repulsa e sorriso – com um retorno a um rosto neutro entre cada uma. O programa analisou a variação, ou grau de mudança do neutro, no movimento de múltiplas “unidades de ação facial” individuais, de cada músculo da mímica facial.

A expressão mais importante para a previsão foi o sorriso, o que corrobora estudos anteriores de hipomimia na DP.
Além da triagem, o conjunto de software analítico, uma vez totalmente validado, pode fornecer ao neurologista uma maneira de monitorar pacientes com DP remotamente, à medida que a doença progride ou à medida que novos medicamentos são introduzidos.

Se o paciente tiver DP, o sistema pode permitir que a Escala de Avaliação da Doença seja realizada em casa, sem fazer uma visita ao consultório. Muitas das vezes pacientes com mais de 65 anos que têm DP não podem consultar um neurologista, devido à distância,  ou imobilidade.

A avaliação remota de pacientes com DP é promissora para países com poucos recursos, é um estudo que tem algumas aplicações importantes, como por exemplo: ajudar médicos menos experientes a distinguir a DP de outras síndromes parkinsonianas.

Uma ferramenta promissora no “kit” dos médicos. Essa tem a capacidade de sentir um leve enfraquecimento de um passo, uma pequena assimetria no balanço dos braços, uma diminuição sutil na velocidade do toque dos dedos. Tais observações são a chave para o diagnóstico clínico precoce, principalmente em doenças sem biomarcadores validados, como a doença de Parkinson (DP).

Mesmo em um país próspero como os Estados Unidos, existem dezenas de milhares, talvez centenas de milhares, de pessoas em risco ou nos estágios iniciais de DP sem acesso imediato a um neurologista; em todo o mundo, a lacuna entre necessidade e acesso é muito maior.

dp

Nova tecnologia

As ferramentas de triagem assistida por computador têm o potencial de preencher parcialmente essa lacuna, um software de análise facial pode distinguir pessoas com DP de controles saudáveis ​​com precisão superior a 95%, trabalhando apenas com três vídeos curtos de indivíduos demonstrando surpresa, repulsa e sorriso. O software faz parte de um conjunto de ferramentas para análise remota de DP, incluindo análise de vídeo de tarefas motoras e análise de áudio da fala.

O objetivo é permitir uma triagem, disponível a qualquer hora, em qualquer lugar, para que qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, possa acessar um site e realizar um subconjunto das tarefas da United Parkinson’s Disease Rating Scale e desta forma obter imediatamente uma referência se seus resultados indicam uma alta probabilidade de DP.

O software RASTREIA não fornece um diagnóstico.  Não há como garantir que o algoritmo seja 100% preciso, porém, ele é capaz de detectar diferenças sutis que o olho humano mais treinado não é capaz.

Pode acreditar: Uma simples webcam ou smartphone, mesmo com pouca luz, fornece todas as informações de que o sistema precisa.

Leia também: A atividade física está associada a menor mortalidade entre pessoas com doença de Parkinson

Estudo

No estudo, publicado na revista npj Digital Medicine, afiliada à  Nature, os pesquisadores enviaram e analisaram vídeos de 61 indivíduos com DP e 543 controles correspondentes. Os participantes foram solicitados a fazer três expressões faciais – surpresa, repulsa e sorriso – com um retorno a um rosto neutro entre cada uma. O programa analisou a variação, ou grau de mudança do neutro, no movimento de múltiplas “unidades de ação facial” individuais, de cada músculo da mímica facial.

A expressão mais importante para a previsão foi o sorriso, o que corrobora estudos anteriores de hipomimia na DP.
Além da triagem, o conjunto de software analítico, uma vez totalmente validado, pode fornecer ao neurologista uma maneira de monitorar pacientes com DP remotamente, à medida que a doença progride ou à medida que novos medicamentos são introduzidos.

Se o paciente tiver DP, o sistema pode permitir que a Escala de Avaliação da Doença seja realizada em casa, sem fazer uma visita ao consultório. Muitas das vezes pacientes com mais de 65 anos que têm DP não podem consultar um neurologista, devido à distância,  ou imobilidade.

A avaliação remota de pacientes com DP é promissora para países com poucos recursos, é um estudo que tem algumas aplicações importantes, como por exemplo: ajudar médicos menos experientes a distinguir a DP de outras síndromes parkinsonianas.

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Referências bibliográficas

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Felipe Resende NobregaFelipe Resende Nobrega
Editor médico de Neurologia da Afya • Residência Médica em Neurologia (UNIRIO) • Mestre em Neurologia (UNIRIO) • Graduação em Medicina pela Universidade Estácio de Sá

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