Níveis de atividade física diminuíram substancialmente durante a pandemia de Covid-19

Um dos grandes impactos que a pandemia de Covid-19 trouxe na vida das pessoas foi a diminuição na realização de atividades físicas.

Um dos grandes impactos que a pandemia do novo coronavírus trouxe na vida das pessoas foi a diminuição na realização de atividades físicas, com altos índices de inatividade física nesses últimos dois anos.

Diante deste cenário preocupante, pesquisadores de 13 universidades estrangeiras, incluindo a Universidade de Frankfurt e a Faculdade de Medicina de Hamburgo, realizaram um estudo para investigar o impacto da pandemia nos níveis de atividade física das pessoas nos países afetados pela Covid-19.

Única instituição brasileira a participar do estudo foi a Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), sob responsabilidade do professor de doutorado e mestrado em Fisioterapia, Luiz Hespanhol, e tendo como colaborador o aluno de mestrado Gustavo Yuki.

mulher em corrida fazendo atividade física na pandemia de covid-19

Atividade física na pandemia de Covid-19

A pesquisa foi realizada de maneira virtual por mídias sociais, listas de mala direta e multiplicadores relacionados à saúde através da plataforma SoSci Survey, entre 3 de abril e 9 de maio de 2020. Durante esse período, os questionários estiveram disponíveis por quatro semanas em cada país.

O estudo contou com a participação de 13.503 entrevistados, com 18 anos ou mais, em países com restrições governamentais ativas que limitavam o movimento e a atividade em espaços públicos devido à pandemia.

Comparado com as pré-restrições, as atividades físicas moderadas a vigorosa relatadas diminuíram 41%, e as vigorosas 42,2%. Em comparação com a pré-pandemia, a conformidade com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) reduziu de 80,9% para 62,5% os índices de atividades físicas.

Durante a pesquisa foram avaliadas as atividades físicas no tempo de lazer e no trabalho, as atividades moderadas e vigorosas, e apenas as vigorosas.

Resultados

Segundo os resultados, mais de dois terços dos participantes (66,8%) foram incapazes de manter seus níveis de atividade física anteriores. As quedas nas atividades foram de 10% a 20% maiores para o tempo ocupacional do que para o lazer. Embora sem diferenças significativas entre homens e mulheres, os voluntários com maiores índices de atividades físicas pré-restrição apresentaram diminuições maiores do que os anteriormente menos ativos.

Em relação à idade, as maiores reduções foram encontradas nos participantes nas duas pontas (mais jovens e mais velhos), assemelhando-se a uma distribuição em forma de U. Ademais, os idosos apresentaram as maiores reduções de atividade física vigorosa.

Assista também: Atividade Física e Covid-19: existe algum tipo de exercício que pode facilitar ou dificultar esse cenário? [vídeo]

Já entre os países, uma variação significativa foi observada na Argentina, Brasil, Chile e África do Sul, onde todos esses apresentaram uma redução do nível de atividade física moderada e vigorosa maior que a metade comparada com o período pré-pandemia.

O resultado por categoria nos níveis de atividade física apontou uma queda durante o lazer de 34,6% para atividades moderadas a vigorosas, e de 39,2% em atividade física vigorosa por semana (minutos/semana). As atividades físicas relacionadas ao trabalho constataram uma redução de 53,2% em atividade física moderada a vigorosa e 49,5% vigorosa.

No total, para os indivíduos que estavam em conformidade com as recomendações de atividades físicas da OMS antes da pandemia, os níveis médios relatados de atividade física moderada a vigorosa foram reduzidos durante as restrições em 43,2%.

Em contraste, 57% dos participantes que não estavam em conformidade com essas recomendações antes da pandemia foram capazes de aumentar o nível de atividade física moderada a vigorosa, mas na maioria dos casos (76,6%) não foi suficiente para alcançar as recomendações da OMS.

Os participantes que foram infectados pelo novo coronavírus apresentaram declínios maiores no nível de atividade física vigorosa (48,6%) em comparação aos não infectados.

Em resumo: o estudo internacional apontou uma queda substancial das atividades físicas durante as restrições sociais associadas à pandemia da Covid-19.

Em vista das sérias consequências de inatividade física no curto e longo prazo, como prejuízo do bem-estar físico e mental, uma possível maior suscetibilidade a infecções virais e o aumento do risco de doenças não transmissíveis, as implicações das descobertas justificam uma consideração cuidadosa por parte dos sistemas de saúde de cada país participante da pesquisa e organizações internacionais.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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