Voltando ao tema, hoje faço uma revisão, utilizando a Medicina Baseada em Evidências, dos estudos anteriores divulgados sobre o uso da hidroxicloroquina na Covid-19 e falo sobre os dois estudos mais recentes: um que avalia a droga como profilaxia pós-exposição, e o RECOVERY, que ainda não foi publicado, mas disponibilizou resultados parciais.
Assista:
Se você não assistiu os vídeos anteriores, confira:
Obrigado Dr pela explicação e informações, mas uma dúvida ainda persiste, muitos ainda dizem que o uso benéfico da Hidroxcloroquina é na fase inicial e leve , e pel que o Sr falou há poucos estudos ainda nesta etapa. O que o Sr diz , ainda deveriam ser feito mais estudos para descartar de vez ou que já existem dados suficientes que demonstram não haver benéficios mesmo nesta fase ?
Obrigado
Olá Daniel! Realmente a grande maioria dos estudos avalia o uso da HCQ em pacientes hospitalizados. Em relação ao uso profilático não há, até o momento, estudos demonstrando importante benefício no que se refere a desfechos clínicos relevantes, tais como, redução de aparecimento de sintomas com indicação de internação por exemplo. Acho que devemos ter mais certeza dessa possibilidade antes de preconizar o uso na prática nesse contexto.
Obrigado pelo comentário!
Prezado Dr., creio que você leu os artigos na íntegra e verificou que Sarma et al. (2020) relataram que dentre as 7 pesquisas estudadas, 5 demonstraram segurança no uso da combinação de HCQ e azitromicina e 4 declararam eficácia no uso da combinação anteriormente citada. Os autores também expuseram que o tratamento com HCQ resultou em benefício em termos de menor número de casos com progressão radiológica de moléstia pulmonar, sem aumento de eventos adversos, quando comparado ao tratamento controle.
Só esses dados mostram como o uso da HCQ em combinação ou não com a azitromicina é relevante para a melhora dos pacientes acometidos com a covid-19, em tratamento pré-hospitalar.
Atte. Dra. Giselle Trevisan
Oi Giselle!
Realmente nessa revisão sistemática foi evidenciada pequena diminuição no tempo para melhora de sintomas, tais como febre e tosse, porém sem demonstrar benefício em termos de redução de progressão para formas mais graves da doença. A melhora no padrão radiológico ocorreu também sem ser acompanhada de melhora de desfechos mais relevantes, ou seja, melhora o exame mas não a “vida” do paciente. Outra questão é que quem analisou e deu o laudo das tomografias não estava “cego” para o tratamento, o que pode ter influenciado no julgamento das imagens. Essa melhora também não se confirma em revisões sistemáticas mais recentes com informações de novos estudos. Quanto ao uso no contexto precoce em pacientes não hospitalizados, não temos como afirmar nada pois os estudos avaliaram pacientes hospitalizados. Nem mesmo os dados de negativação de pesquisa do vírus em swabs da nasofaringe se confirmou em estudos posteriores ao primeiro do grupo francês, o qual levou à prescrição da medicação no mundo. Enfim, se não temos dados de benefício clínico não faz sentido prescrever o medicamento e nem ficar discutindo se ele causa dano ou não. Obrigado pelo comentário!
Parabens pela colocao e colaboração.
Olá dr. dados para benefício clínico…esse é o ponto…parabéns.