Nova imunoterapia para pacientes com câncer de pulmão

Foi aprovada a utilização da imunoterapia atezolizumabe e do antiangiogênico bevacizumabe, associados à quimioterapia, no tratamento do câncer de pulmão.

Mais uma imunoterapia foi aprovada no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desta vez, foi a utilização da imunoterapia atezolizumabe e do antiangiogênico bevacizumabe, associados à quimioterapia indicada para a primeira linha de tratamento em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células metastático não escamoso. Geralmente, este subtipo do câncer leva a quadros graves, com comprometimento de outros órgãos, principalmente do fígado.

enfermeiro colocando agulha de quimioterapia em paciente com câncer de pulmão

Imunoterapia para câncer de pulmão

O tratamento funciona da seguinte maneira: enquanto o antiangiogênico inibe o crescimento de novos vasos sanguíneos no tumor, a imunoterapia bloqueia a PD-L1. Essa proteína é encontrada no tumor e tem o papel de impedir a defesa do sistema imunológico. A quimioterapia também reforça o combate às células cancerígenas.

A novidade chega aos pacientes que se encontram na primeira linha de tratamento, pois como não apresentam tumor positivo para nenhuma mutação relevante, não podem ser beneficiados por terapias-alvo.

Resultados dos estudos

Os resultados do estudo clínico IMPower 150 mostram que a nova combinação dobra a porcentagem de sobrevida livre de progressão em um ano de tratamento quando comparada à abordagem sem a aplicação da imunoterapia (36,5% versus 18%).

Outro resultado importante indica que com o uso combinado do atezolizumabe, a resposta ao tratamento com redução do tumor foi maior (63,5% versus 48%), reduzindo o risco de óbitos em 22%.

Leia também: Câncer de pulmão: é necessário estimular o rastreamento

Já outro estudo de fase III IMpower 130 demonstrou que a terapia combinada atezolizumabe ajudou os pacientes a viverem mais em comparação com a aplicação da quimioterapia sozinha (sobrevida global média de 18,6 meses versus 13,9 meses). O tratamento ainda reduziu o risco de agravamento ou óbito pela doença, com sobrevida livre de progressão de 7 meses versus 5,5 meses.

Outro resultado animador da nova combinação foi conseguir reduzir o tamanho dos tumores em 49,2% dos pacientes estudados. Os que receberam apenas quimioterapia tiveram os seus tumores reduzidos em 31,9%. A duração média da resposta foi de 8,4 meses versus 6,1 meses.

“Geralmente, pacientes com este tipo de câncer de pulmão são tabagistas e apresentam várias comorbidades. Uma das mais comuns é o comprometimento da função dos rins, que impossibilita a utilização de um dos tipos de quimioterapia mais comuns. Sendo assim, não tinham opção de tratamento com ativação do sistema imune para combater o câncer, que é o caso do atezolizumabe com nab-paclitaxel e carboplatina”, explica o oncologista Fernando Santini, do Hospital Sírio-Libanês.

Câncer de pulmão

Atualmente, existem nove estudos em andamento de câncer de pulmão de fase III para avaliar a ação do atezolizumabe sozinho ou em combinação com outros medicamentos em diferentes tipos de câncer de pulmão.

Segundo estimativas de entidades internacionais, o câncer de pulmão é a principal causa de morte pela doença em todo o mundo: 87%. A cada ano 1,76 milhão de pessoas morrem pelas suas complicações, o que se resulta em mais de 4.800 mortes diárias em todo o mundo.

Estima-se que ocorram 31,2 mil novos casos ao ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Imunoterapia: avanços no tratamento do câncer

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades