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A velocidade com que o sangue sai do coração e a resistência das artérias à passagem desse sangue são determinadas pela rigidez das paredes dessas artérias. E isso pode ser avaliado através da pressão central, uma técnica que utiliza a medida da onda de pulso gerada a partir de cada batimento do coração.
Esta é a nova arma no diagnóstico/prevenção de doenças cardiovasculares. Com essa informação, é possível determinar a qualidade das artérias, a idade biológica dos vasos, antecipar e escolher tratamentos mais adequados para cada paciente.
Para o cardiologista Eduardo Costa Duarte Barbosa, presidente da Sociedade Latino Americana de Hipertensão (LASH) e da Sociedade Arterial Latino Americana (Artery LATAM), a avaliação dessa elasticidade arterial tem importância clínica na medida em que pode estratificar melhor os fatores de riscos do paciente e, dessa forma, contribuir para o tratamento e prevenção dos eventos cardiovasculares, responsáveis por mais de 380 mil mortes no Brasil, segundo o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e aproximadamente 18 milhões no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
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No Brasil, a tecnologia de aferição da pressão central já está validada pela Agência Nacional de Vigilância Alimentar (Anvisa), mas poucos médicos ainda estão familiarizados com os métodos. Entretanto, de acordo com o cardiologista Eduardo Barbosa, pesquisas recentes têm demonstrado as contribuições desse novo conhecimento que direciona a uma maior personalização da Medicina.
“Os estudos têm demonstrado que esse é um conceito que pode modificar a forma de lidar com os pacientes através de uma medicina mais individual com tratamentos personalizados”, aponta o especialista, destacando ainda maior atenção a pacientes hipertensos, com obesidade, e diabetes tipo 2, pois estes possuem vasos mais rígidos e maiores chances de infarto.
A receita da longevidade
Em 2009, a bióloga e professora australiana Elizabeth Blackburn foi uma das vencedoras do Prêmio Nobel de Medicina graças à descoberta dos telômeros (pedaços do cromossomo) e a relação deles com o envelhecimento. De acordo com a cientista, quanto menor o tamanho desse elemento genético, maior é o envelhecimento de um indivíduo, o que faz com que os telômeros sirvam como um parâmetro dos efeitos da idade no corpo.
A bióloga, que atua na Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, se juntou à psicóloga Elissa Epel, da mesma instituição, para compartilhar os achados científicos que conectam a integridade dos telômeros aos nossos hábitos e à maneira de encarar a vida. O resultado está no livro O Segredo Está nos Telômeros, lançado no país pela editora Planeta.
Durante a entrega do prêmio, a especialista os comparou aos acabamentos de cadarços. “Imagine o cadarço como sendo o cromossomo, que carrega a nossa informação genética. O telômero é essa pontinha que serve de proteção. Quando se desgasta, o material genético fica desprotegido, e as células não podem se renovar apropriadamente”, ilustrou.
A cientista também revelou que mudanças de estilo de vida podem evitar esse deterioramento, como a prática regular de atividades físicas, largar o vício do cigarro e de bebidas alcoólicas, e ainda cultivar uma alimentação mais saudável.
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