Novas evidências sobre o laser fracionado de CO2 para tratamento da síndrome geniturinária da pós-menopausa 

Nos últimos anos, a técnica do laser fracionado de CO2 muito utilizada na Dermatologia tem ganhado seu espaço também na Ginecologia.

Nos últimos anos, a técnica do laser fracionado de CO2 muito utilizada na Dermatologia tem ganhado seu espaço também na Ginecologia. Muitos trabalhos comparam o laser vaginal a tratamentos preconizados há anos para atrofia vulvovaginal: hidratantes, estrogênio local e fisioterapia pélvica.

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Em maio deste ano de 2021, um ensaio clínico randomizado foi publicado no Menopause, a revista da North American Menopause Society.

O trabalho foi desenvolvido no Brasil pela UNIFESP, um dos maiores centros de referência de estudos com o laser fracionado de CO2 para atrofia vaginal no Brasil e no mundo, e o objetivo central foi comparar a eficácia da terapia com laser de CO2 fracionado em relação à terapia com estrogênio tópico para o tratamento da síndrome geniturinária pós-menopausa.

Foram incluídas vinte e cinco mulheres na pós-menopausa entre 50 e 65 anos, com pelo menos 1 ano de amenorreia e níveis de hormônio folículo-estimulante> 40 UI / L. As mulheres foram randomizadas em dois grupos: o grupo de terapia a laser e o grupo de terapia com estrogênio tópico vaginal.

As pacientes foram acompanhadas por 4 meses. Um grupo recebeu 1g de estradiol tópico diário no primeiro mês, seguido por aplicações alternadas nos meses subsequentes; enquanto o grupo que recebeu terapia de laser foi submetido a 3 sessões espaçadas por 30 dias.

Ao final dos 4 meses, os pesquisadores avaliaram:

  • Avaliações citológicas e histológicas: alterações na espessura do epitélio vaginal, índice de Frost (avaliação das células profundas intermediárias e superficiais) e maturação celular. 
  • Quociente sexual feminino de cada mulher
  • Avaliação ectoscópica subjetiva.

Novas evidências sobre o laser fracionado de CO2 para tratamento da síndrome genitourinária da pós-menopausa 

Resultados

A análise histológica mostrou um aumento significativo na espessura do epitélio vaginal no final do tratamento em mulheres nos grupos de terapia a laser e de terapia com estrogênio tópico. O grupo de estrogênio tópico tendeu a apresentar maior índice de maturação ao final do tratamento quando comparado ao outro grupo.

Já a função sexual aumentou significativamente ao longo do tempo em ambos os grupos de terapia com estrogênio tópico e terapia a laser. E a avaliação subjetiva por meio do exame físico mostrou melhora significativa da atrofia em ambos os grupos.

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Um dado bem importante é que não houve nenhum efeito adverso identificado nas pacientes que participaram do estudo, bem como queixas álgicas, corroborando com a ideia de que o procedimento parece ser seguro e indolor.

Nova tendência 

Com cada vez mais respaldo na literatura científica, a terapia de laser fracionado vem se tornando mais uma possibilidade de tratamento para os sintomas clássicos da pós menopausa: ressecamento vaginal, dispareunia, alterações de uroincontinência. A técnica abre um novo horizonte para o ganho de qualidade de vida, principalmente das pacientes com contraindicação à terapia hormonal local. 

 

Referências bibliográficas:

  • Dutra PFSP, Heinke T, Pinho SC, Focchi GRA, Tso FK, de Almeida BC, Silva I, Speck NMG. Comparison of topical fractional CO2 laser and vaginal estrogen for the treatment of genitourinary syndrome in postmenopausal women: a randomized controlled trial. Menopause. 2021 May 17;28(7):756-763. doi: 10.1097/GME.0000000000001797

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