Tempo de leitura: 2 minutos.
Essas novas recomendações seguimento pós-polipectomia em colonoscopia são referentes a atualização das Diretrizes da United States Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer (USMSTF on CRC), atualizando a anterior de 2012, e têm a chancela da American College of Gastroenterology (ACG), da American Gastroenterological Association (AGA), e da American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE).
O público alvo são os adultos com risco “médio” que fazem colonoscopia com ótimo preparo com ou sem a retirada de pólipos, excluem pacientes com síndromes hereditárias de câncer colorretal (CCR), doenças inflamatórias intestinais, portadores de síndrome de polipose intestinal e história pessoal ou familiar de câncer colorretal que tem um risco diferenciado.
Leia também: ACSCC 2020: Como e quando realizar o screening de câncer colorretal?
Principais recomendações:
- Repetir colonoscopia em 7-10 anos após a retirada COMPLETA de 1-2 adenomas tubulares menores que 10 mm;
- Repetir colonoscopia em 3-5 anos após a remoção completa de 3-4 adenomas tubulares < 10 mm;
- Repetir colonoscopia em 3 anos após a remoção completa de 5-10 adenomas tubulares < 10 mm;
- Repetir colonoscopia em 3 anos após a remoção completa de 31 adenomas tubulares > 10 mm;
- Repetir colonoscopia em 6 mm após a remoção INCOMPLETA de 1 adenoma ou pólipo séssil > 20 mm.
Importância do rastreamento
A colonoscopia de rastreamento tem sido recomendada para o adulto de risco médio com mais de 45 anos, exame fundamental para o diagnóstico precoce de CCR, para a remoção de pólipos, estratégia que reduz a mortalidade por CCR. É fundamental estimular a participação cada vez maior dessas recomendações pós-colonoscopia, cobrar a execução do exame com qualidade (bom preparo, retirada e análise adequada de eventuais pólipos) pois com estas estratégias aumentamos a efetividade deste rastreamento que salva vidas.
Saiba mais: O café pode estar associado à melhor sobrevida no câncer colorretal?
Uma vez encontrado um pólipo (ou mais) é fundamental que nós médicos (clínicos, gastros, oncologistas, cirurgiões, etc) saibamos quais as melhores condutas com relação à repetição do exame, evitando exames desnecessários em intervalos muito curtos ou a perda de seguimento. Por isso essas novas recomendações são tão importantes, mesmo num país que tem dificuldades brutais para conseguir uma colonoscopia em tempo hábil, em especial no SUS.
O pólipo de “hoje” pode ser o CCR de amanhã.
Autor(a):
Formado em 1992 na UFRJ • Residência Médica em Clínica Médica no HUCFF – UFRJ • Residência em Oncologia Clínica no INCA • Oncologista do INCA de 01/1998 até 04/2008 –Chefe do Serviço do HCIII de 11/1999 até 05/2001 e de 12/2003 até 12/2005 • Membro Titular da SBOC desde 1996 • Membro titular da “ASCO” desde 2001 e da “ESMO desde 2016 • Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Mastologia desde 2009 • Oncologista e Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da “Oncologia D’Or”, desde 05/2011 • Membro voluntário do Comitê Científico da FEMAMA, do INSTITUTO ONCOGUIA e da Fundação Laço Rosa
Referência:
- Zhang C; Cifu AS; Patel A et al. Recommendations for Follow-Up After Colonoscopy and Polypectomy: A Consensus Update by the United States Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer (USMSTF on CRC). Published Online: November 6, 2020. doi:10.1001/jama.2020.15001