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Neonatos prematuros de muito baixo peso são aqueles que nascem com peso inferior a 1.500g. Estes bebês possuem um maior risco de desenvolverem doença metabólica óssea (DMO), isto é, doença óssea secundária ao conteúdo diminuído de minerais. Neste mês, que a campanha Novembro Roxo volta o olhar para a prematuridade, vamos falar um pouco mais sobre isso.
Doença metabólica óssea
A DMO também é conhecida como raquitismo da prematuridade. O risco é maior em prematuros de muito baixo peso, porque a maior absorção de minerais no tecido ósseo acontece durante o terceiro (e último) trimestre de gestação (principalmente de cálcio e fósforo). A DMO em prematuros resulta, além da absorção escassa de minerais, da ingesta não apropriada de cálcio e de fósforo na vida extrauterina.
A incidência de DMO é inversamente proporcional à idade gestacional e ao peso ao nascimento, podendo ser presumida em 50% para neonatos com peso inferior a 1000g ao nascer e de 30% em bebês com menos de 1500g.
Leia também: Novembro Roxo: como identificar apneia da prematuridade?
Fatores de risco para DMO incluem:
- Recebimento de quantidades insuficientes de cálcio, fósforo e vitamina D na vida extrauterina;
- Displasia broncopulmonar (principalmente nos bebês que recebem diuréticos);
- Tratamento com corticosteroides em longo prazo após o nascimento;
- Enterocolite necrotizante;
- Intolerância à fórmula ou leite humano.
Diversas são as manifestações clínicas da DMO. Estas manifestações surgem, em geral, entre a sexta e a décima segunda semanas de vida do bebê. Os seguinte sinais sugerem a presença de DMO:
- Interrupção do crescimento longitudinal;
- Persistência do perímetro cefálico;
- Craniotabes;
- Edema de articulações costocondrais (rosário raquítico);
- Alargamento epifisário de ossos longos.
Nutrição: O alimento ideal para os bebês prematuros é o leite humano. Infelizmente, o leite materno não fornece as necessidades de cálcio, cálcio, fósforo, zinco e vitamina D nestes pacientes que devem, portanto, receber suplementação para prevenir a DMO.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a oferta precoce de dieta por via enteral e uma maior oferta de cálcio e de fósforo por via enteral e parenteral têm reduzido a incidência dos casos de DMO em prematuros. ]
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Autor:
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação.
Referências bibliográficas:
- DOMBROVSKI, F. M. O. S.; MÉNDEZ, C. K. I.; VARGAS, D. M. Ocorrência de doença metabólica óssea em prematuros de muito baixo peso internados em UTI neonatal. Arquivos Catarinenses de Medicina, v.48, n.2, p.12-20, 2019
- OLIVEIRA, N. D. Prematuridade e Crescimento Fetal Restrito. In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de Pediatria. V. 2. Manole: Barueri, 2017. Seção 16. Cap 1. p.1209-1214